O diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) publicou no sábado (23/8), em suas redes sociais, um vídeo no qual busca colar o esquema de corrupção envolvendo a Ultrafarma e um fiscal da Secretaria da Fazenda de São Paulo no governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas
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Artur Gomes da Silva Neto
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Dinheiro apreendido na Operação Ícaro
Divulgação
A peça foi publicada em meio a especulações de que Tarcísio possa vir a ser adversário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial de 2026, diante da inelegibilidade e do avanço de investigações criminais sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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O vídeo contém distorções factuais sobre o escândalo, seus envolvidos e sobre o papel de órgãos que investigaram o caso. Começa com uma exposição sobre a operação policial que levou à prisão do dono da Ultrafarma, Sidney Oliveira, suspeito de pagar propinas a um fiscal da Fazenda “do governo Tarcísio”, em troca de benefícios tributários.
O PT afirma que o “esquema de corrupção bilionário foi desmontado pela Procuradoria-Geral do Estado”. Diz ainda que uma emenda à Constituição estadual do governo propôs que o órgão deixasse de investigar crimes de corrupção – o que seria de competência da PGE.
“A Controladoria-Geral do Estado, órgão controlado por Tarcísio, comandado por Wagner Rosário , ex-ministro do governo Bolsonaro. Por que Tarcísio quer desmontar um órgão de combate à corrupção?”, afirma. “O que Tarcísio está tentando esconder?”, completa a peça.
O fiscal citado pela peça publicitária é Artur Gomes da Silva Neto, que entrou para a Secretaria da Fazenda em 2006, após prestar concurso para a pasta. Sua atuação no órgão atravessou cinco governos.
As investigações que desmontaram o esquema, na verdade, foram conduzidas pelo Grupo de Combate à Lavagem de Dinheiro e Cartéis (Gedec) do Ministério Público (MPSP).
A Procuradoria-Geral do Estado não tem competência para investigações criminais. Sua atribuição é de abrir processos disciplinares contra servidores e eventualmente promover a demissão a bem do serviço público de quem estiver envolvido em esquemas.
A emenda do governador têm provocado uma guerra entre procuradores do Estado porque transfere esta competência para a Controladoria-Geral do Estado (CGE), de fato, chefiada por Rosário.
Mesmo a PGE não esteve livre de atuar de maneira controversa em um passado recente. Foi o órgão, por exemplo, que processou um fiscal da Fazenda que era denunciante da última máfia do ICMS, denunciada pelo MPSP.
O órgão iniciou o processo no governo Geraldo Alckmin, então no PSDB e atual vice-presidente, e recorreu até o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar demitir o fiscal Henrique Poli, por ter acessado dados sigilosos da pasta para denunciar colegas aos investigadores. Perdeu todos os recursos. No Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), sua conduta foi considerada “irrepreensível”.