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    Relator da CPMI do INSS rebate PT: “Não me elegi às custas do Bolsonaro”

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    Relator da CPMI que investigará fraudes bilionárias no INSS, o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil) respondeu a críticas feitas pelo deputado Alencar Santana (PT), que havia questionado sua imparcialidade e o classificou como um “relator contaminado”.

    “Olha, muitas vezes as pessoas se olham no espelho e acusam os outros. Tenho uma história de combate ao crime e nunca olhei cor partidária. Não me elegi às custas do Bolsonaro, não. A minha pauta é conservadora, tenho buscado cada vez mais naquilo que acredito. Tenho minhas preferências partidárias, é verdade. E as assumo com orgulho, mas elas não são maiores do que o meu senso de justiça e a minha responsabilidade com a minha história. Não precisa o PT ficar preocupado. Onde tiver bandido, o relator vai atrás, vai buscar independentemente de ideologia”, disse o parlamentar em entrevista à coluna nesta segunda-feira (25/8).

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    O deputado também falou sobre a possibilidade de responsabilizar pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro durante a investigação.

    “Não temos mais tempo no país para proteger quem quer que seja. Temos que mostrar quem meteu a mão no dinheiro do povo. E cada um que se explique com a sua responsabilidade. Ninguém perguntou a mim se era para roubar ou deixar de roubar. Não tenho compromisso com o erro de absolutamente ninguém.”

    Fraude no INSS

    O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.

    As reportagens levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). No total, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada em 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.