Como uma espécie de “guardião” da hora do banheiro, os cães podem ficar na porta esperando pacientemente a saída dos tutores do lado de fora do cômodo. Alguns chegam a arranhar repetitivamente a madeira, apenas para chamar a atenção do “humano favorito” e conseguir entrar no recinto. Mas, você sabe o que leva os bichos de estimação a cultivar esse hábito?
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Os animais podem ter diferentes motivações para reproduzir o gesto. A razão primordial pode estar conectada ao tipo de relação vivenciada entre tutor e pet.
O formato de relação entre os cães e seus responsáveis é o que dita as “manias” do cachorro com o humano. Segundo o veterinário João Paulo Lacerda, esse comportamento é bastante comum. “Um estudo publicado em 2013 relatou que os cães têm o tutor como uma base de segurança, comparando a relação das crianças com seus cuidadores”, explica.
A motivação
Os hormônios por trás da empatia são os responsáveis por esse hábito. Lacerda explica que o contato visual do tutor com os cães aumentam os níveis de ocitocina do pet, o que reforça o apego e a vontade de ficar perto – independentemente do momento.
Os cães podem expressar afeto de diferentes formas
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A relação de proximidade entre tutor e pet influencia o bem-estar de ambos
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A conexão mútua ocorre através do olhar
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Os animais de estimação desempenham um papel importante para a família
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Curiosamente, os odores, barulhos de descarga ou as portas fechadas são estímulos que reforçam nos cães uma necessidade de “checar” o que está acontecendo, especialmente por conta da segurança dos tutores, que eles vêem como “parte da matilha”. Ir até a porta do banheiro e fazer “o patrulhamento” ajuda os cães a reduzir as incertezas.
A quem se incomoda com o hábito e deseja reduzi-lo, existem formas de reeducar o animal de estimação. O especialista sugere que o tutor deixe a porta do banheiro entreaberta para que os cães mantenham o contato visual com eles, e possam diminuir a sensação de que irão ficar sozinhos na casa.
“Podemos colocar um tapete em um local fora desse raio de alcance e criar um ‘ponto de espera’, oferecendo naquele local um petisco e ordenando a parada do cãozinho”, orienta o professor do Centro Universitário de João Pessoa.