A mulher que se passava por integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) para extorquir dinheiro de clientes de sites de sexo foi identificada como Ketlin Tatiele Santana Amaral, de 23 anos (foto em destaque).
Com mais de mil seguidores, a investigada se apresenta como especialista em cílios e sobrancelhas e diz possuir um salão de beleza. Ketlin seria a responsável pela criação dos anúncios falsos, interlocução com a vítima e envio de mensagens ameaçadoras.
Ela foi detida na manhã desta quarta-feira (20/8), em Montes Claros (MG), durante uma operação conduzida por policiais civis da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro), com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
A coluna Na Mira tenta localizar a defesa de Ketlin Tatiele Santana Amaral. O espaço segue aberto para posicionamentos.
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Operação
A operação cumpre cinco mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Criminal do Distrito Federal.
Além das prisões, os mandados visam apreender celulares, computadores, documentos, mídias digitais, chaves Pix e valores em espécie, considerados elementos essenciais para o avanço das investigações e a identificação de novas vítimas.
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Prostituta fake
A investigação teve início em fevereiro deste ano, após a vítima, um homem de 31 anos, ter acessado um site de acompanhantes e ser extorquido pelo bando.
Na ocasião, após conversar com uma suposta garota de programa que se apresentava como disponível para os serviços, o cliente acertou o programa pelo valor de R$ 100 em um hotel de Taguatinga.
Ao chegar ao local, o homem foi orientado a realizar o depósito do valor combinado, o que fez imediatamente por meio de transferência via Pix.
Logo após o pagamento, foi surpreendido com uma nova exigência: a suposta acompanhante afirmou que seria necessário um pagamento adicional de mais R$ 100 para que o quarto fosse liberado. Diante disso, a vítima passou a desconfiar do esquema e informou que desistiria do encontro.
Foi então que começou a receber mensagens ameaçadoras por WhatsApp, enviadas por um homem que se identificou como integrante do PCC.
O golpista afirmou ser o cafetão da garota de programa e exigiu o pagamento de mais R$ 500, sob a alegação de que a vítima havia atrapalhado a agenda da prostituta, a qual teria desmarcado outros compromissos e ficado no prejuízo.
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Ameaças de morte
As ameaças foram diretas e graves: o criminoso afirmou que mataria a vítima caso o valor exigido não fosse pago.
Para intimidar, os criminosos enviaram fotos da família e de um veículo da vítima, obtidas em seu perfil no Instagram, demonstrando um rastreamento detalhado de suas redes sociais.
Com medo pela própria segurança e de seus familiares, a vítima efetuou um depósito de R$ 500, totalizando R$ 600 pagos até então. No entanto, as exigências não cessaram.
Os suspeitos passaram a cobrar mais R$ 1,5 mil, alegando que só assim “colocariam uma pedra em cima do assunto”. Diante da impossibilidade de pagar e do risco crescente, a vítima recusou-se a ceder à nova ameaça e procurou a delegacia para registrar o ocorrido.
Valores exigidos:
- R$ 100 – Valor inicial combinado;
- R$ 100 – Valor adicional sob falsa justificativa de “liberação do quarto”;
- R$ 500 – Valor pago sob ameaça de morte;
- R$ 1.500 – Valor exigido para “encerrar o caso”.
- Total exigido: R$ 2.100
- Total pago pela vítima: R$ 600
Estrutura Criminosa
A análise de dados bancários, telefônicos e cadastrais revelou uma associação criminosa bem estruturada, com divisão clara de funções entre os envolvidos.
Cinco suspeitos, três homens e duas mulheres, com idades entre 21 e 27 anos, são naturais de Montes Claros (MG), onde todos os endereços investigados foram localizados.
Funções dos envolvidos:
- Mulher, 23 anos: Criava os anúncios falsos, fazia contato direto com as vítimas e enviava as ameaças.
- Utilizava e-mails e números falsos, operando com celulares de múltiplos chips.
- Homem, 27 anos: Responsável pelas contas bancárias e pelo recebimento dos valores via Pix, coordenando o fluxo financeiro.
- Homem, 21 anos: Alterava os números nos anúncios após os golpes, dificultando o rastreamento.
- Mulher, 21 anos, e homem, 23 anos: Atuavam como “laranjas”, fornecendo dados bancários e chaves Pix para o recebimento dos valores, evidenciando indícios de lavagem de dinheiro.
Vídeos da operação: