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    Sibéria: tumba com 2,6 mil anos de nobre guerreiro cita é encontrada

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    Uma descoberta rara foi feita por pesquisadores da Universidade Federal da Sibéria às margens do Rio Krem, em território russo. Eles identificaram o local de sepultamento de um nobre guerreiro cita do século 6 a.C.

    Os citas viviam na Ucrânia e no sul da Rússia e eram nômades. Eles eram reconhecidos pelas armaduras de seus guerreiros e a ligação forte com os cavalos, além de ser um povo extremamente habilidoso na produção de joias e artefatos ornamentados, especialmente de ouro.

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    Dentro da tumba havia vários pertences, como um cinto decorado com placas de bronze, uma fivela em forma de cabeça de carneiro-da-montanha, joias ornamentadas, um espelho de bronze polido, armas e pedaços de um arreio para cavalos. Os objetos são um marcador de nobreza do guerreiro sepultado.

    Apesar de homens e mulheres poderem ser guerreiros na sociedade cita – em algumas situações, até adolescentes podiam batalhar –, a presença dos artefatos identificados mostravam que tratava-se de um indivíduo do gênero masculino.

    Descobertas intrigantes

    Entre os achados, uma peça se destacou: um machado de batalha conhecido como chekan. Segundo o arqueólogo Pavel Mandryka, o uso da arma era bem raro para a época, além de ser símbolo de autoridade nos campos de batalha.

    “O chekan tinha uma ponta afiada projetada para perfurar armaduras. O item destaca o alto status do guerreiro”, explica o chefe do Laboratório de Arqueologia de Yenisei, na Sibéria, em entrevista ao portal Arkeonews.

    A presença do ferro na composição do artefato sugeria que o guerreiro estava inserido socialmente em uma elite privilegiada, com acesso a redes comerciais diferenciadas, ou que havia migrado de regiões distintas. A utilização do ferro só passou a ser comum cinco séculos depois.

    3 imagensArqueólogos acham que o espelho de bronze faz parte de algum ritual para proteçãoO cinto ornamentado indica que o guerreiro fazia parte da elite citaFechar modal.1 de 3

    Além perfurar armaduras, o chekan podia destroçar capacetes em campos de batalhas

    Serviço de Imprensa da Universidade Federal da Sibéria / Evgeny Puzin2 de 3

    Arqueólogos acham que o espelho de bronze faz parte de algum ritual para proteção

    Serviço de Imprensa da Universidade Federal da Sibéria / Evgeny Puzin3 de 3

    O cinto ornamentado indica que o guerreiro fazia parte da elite cita

    Serviço de Imprensa da Universidade Federal da Sibéria / Evgeny Puzin

    A fivela com cabeça de carneiro representava força e virilidade, já os arreios de cavalo mostraram o vínculo afetivo forte entre os guerreiros e os animais. Além de meios de transporte, os equinos eram companheiros de batalha e geralmente eram enterrados ao lado dos cavaleiros para acompanhá-los até depois da morte.

    Segundo os arqueólogos, o espelho de bronze não tinha um papel meramente decorativo, podendo ter funções ritualísticas e funcionar como um talismã de proteção.

    Agora, os arqueólogos prosseguirão com as escavações para descobrir novos segredos do povo cita enterrados sob o chão congelado da Sibéria.

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