As cúpulas da Câmara e do Senado avaliam recorrer a um expediente usado na pandemia para “driblar” a invasão dos plenários por bolsonaristas, que pressionam pela anistia e pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
A ideia, de acordo com lideranças parlamentares ouvidas pela coluna, seria deixar que os aliados de Jair Bolsonaro continuem a invasão dos plenários e realizar as votações na Câmara por meio de votação remota.
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“Só sairemos daqui (mesa diretora da CD) quando anistia e fim do foro forem votados no plenário da Câmara dos Deputados”, escreveu o deputado Sanderson no X / X @DepSanderson
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Votação remota no Senado
Leopoldo Silva/Agência Senado3 de 3
Imagem colorida de deputados da oposição ocupando a mesa da Câmara – Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais
No caso do Senado, já há até mesmo uma estrutura montada que dispensa a utilização do plenário, atualmente ocupado por senadores bolsonaristas, como Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES).
Já na Câmara, as sessões remotas durante a pandemia eram conduzidas a partir do plenário da Casa, com o uso do aplicativo Infoleg, que permitia aos deputados votarem de casa.
Agora, porém, a cúpula da Câmara já avalia montar uma estrutura para o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) conduzir as sessões de uma das salas das comissões temáticas da Casa.
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Ocupação bolsonarista
Deputados e senadores bolsonaristas ocupam, há mais de 24 horas, as mesas diretoras da Câmara e do Senado. Eles têm se revezado para não deixar nenhum dos plenários desocupados.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), passaram a quarta-feira (6/8) reunidos com lideranças na tentativa de encontrar uma solução para o impasse.
Entre os petistas, há quem defenda até mesmo o uso da Polícia Legislativa para liberar os plenários. Já os bolsonaristas prometem manter as ocupações até que suas demandas sejam atendidas.