Na última quinta-feira (21/8), o subsecretário do Patrimônio Cultural do Distrito Federal, Ramón Moro Rodríguez, recebeu convidados na Casa de Chá para o lançamento do livro Arquitecultura Brasília. A obra, composta por crônicas, filosofia e memória, propõe um mergulho nas múltiplas camadas da capital da República, analisando-a como “palco, tela, cenário e dissonância”.
“Brasília é mais do que um projeto arquitetônico: é uma cidade que pensa, provoca e inspira”, diz a sinopse da publicação, que foi idealizada por Rodríguez como uma forma de “devolução” de tudo o que a cidade ofereceu a ele.
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Nascido em Curitiba, Ramón Moro Rodríguez cresceu em Florianópolis e chegou em Brasília aos 27 anos. “Eu vim com um olhar fresco para cá, então, pude analisar tudo de fora. Acho que as pessoas que moram aqui desde que nasceram acabam se acostumando, mas, para quem vem pela primeira vez, é um impacto e tanto isso aqui”, declara o autor à coluna.
“Eu sou muito feliz aqui. Fui recebido de braços abertos pela cidade e quero retribuir gerando um pouco de conhecimento, um pouco de pensamento sobre ela”, afirma.
Para o subsecretário do Patrimônio Cultural do DF, muitas pessoas acabaram se esquecendo da dimensão mais importante da cidade: a simbólica. “Além de pensar o concreto, a cor dos edifícios, os centímetros quadrados, a gente tem que pensar o que motivou a construção disso tudo. Às vezes, a gente se esquece que foi fruto de um sonho, de uma ideia, de um conceito”, ressalta.
“Precisamos resgatar isso tudo, porque é isso que faz de Brasília, Brasília. É isso que diferencia a cidade das outras capitais do mundo”
Ramón Moro Rodríguez, subsecretário do Patrimônio Cultural do Distrito Federal e autor de Arquitecultura Brasília
Grande apreciador da capital federal, Rodríguez admira cada monumento brasiliense. No entanto, revela o que ocupa o primeiro lugar de seu coração: o Teatro Nacional.
“Eu trabalhei na coordenação da reforma desde o início, há três anos. Foi um edifício muito maltratado por gestões anteriores. Tivemos essa missão de restaurar, revitalizar e colocar ele de novo para a população. Conseguimos realizar isso, graças a Deus, mas foi algo que deu muito trabalho, foram muitas noites sem dormir. E isso acabou criando um vínculo comigo.”
Ramón diz que, ao entrar no local, se sente em casa, e conta conhecer cada centímetro daquele espaço — a ideia do livro, aliás, veio em uma noite de trabalho no Teatro, quando ainda estava sem iluminação. “Eu pensei: ‘Olha, tem algo por trás disso aqui. Não é só um prédio. Tem uma ideia por trás. Acho que eu devia escrever sobre isso”, compartilha o autor.
Conhecido como Soneca, o arquiteto, urbanista e artista plástico José Leme Galvão Jr. assinou a produção do livro, obra que, na concepção dele, traz um olhar diferenciado sobre da cidade. “O Ramón faz uma análise crítica, porém muito sintética, sobre Brasília”, conta.
“Ele subdividiu compassos de modos de ver, o que eu achei superinteressante. E esse livro tem uma força muito didática nesse sentido, para leitor de qualquer tipo, idade e função”, continua.
Claudio Abrantes, secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, considera o lançamento da obra motivo de orgulho. “É bonito ver uma pessoa que tem outras vivências, que tem uma formação nessa área, mas colhendo impressões de outros lugares, chegar a nossa capital e conseguir sintetizar de uma maneira tão rápida essa questão da nossa arquitetura, que não é somente ferro e concreto. Existe toda uma inspiração, uma criatividade que permeia a construção de Brasília e o que Brasília é hoje”, fala.
“Essa obra nos enche de um otimismo que não é exacerbado. É um otimismo muito coerente do papel da capital da República na cena cultural brasileira”, destaca Abrantes.
Veja como foi o lançamento do livro, pelos cliques do fotógrafo Gustavo Lucena:
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