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    Tarifaço: setor de calçados calcula risco de perda de 8 mil empregos

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    O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, afirmou, nesta quinta-feira (7/8), que cerca de 8 mil empregos diretamente ligados ao setor podem ser perdidos em decorrência da sobretaxa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

    De acordo com ele, caso os impostos não sejam alterados, nos próximos 12 meses, deve haver uma queda de 9% nas exportações de calçados brasileiros. Ferreira disse, ainda, que em torno de 20 mil postos de trabalho podem ser afetados, se considerar toda a cadeia produtiva da indústria calçadista.

    “Por isso, a urgência nessa questão das medidas de contingência e trabalhar para que o setor calçadista seja incluído na lista de exceção, ou que realmente conseguisse reduzir os 50% por um valor palatável para ambos os lados”, disse Haroldo, após se reunir com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MIDC), Geraldo Alckmin, na sede do ministério, em Brasília.

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    Para o representante do setor de calçados, uma alternativa que traria menores impactos seria a manutenção da tarifa de 10% ou o aumento para 15%. De acordo com ele, isso ajudaria a manter os preços competitivos com a indústria europeia.

    Plano de contingência

    Ferreira informou, ainda, que o governo estuda a ampliação do programa Reintegra para minimizar os efeitos da sobretaxa, além de tratar sobre flexibilização trabalhista, com o objetivo de evitar demissões, e a criação de linhas de crédito subsidiadas. Segundo ele, o plano do governo deve ser anunciado nos próximos dias.

    O Reintegra é um projeto do governo federal destinado a pequenas e médias empresas exportadoras, e visa ampliar  mercados através da restituição de impostos pagos durante a cadeia produtiva.

    “Esses itens devem ser anunciados, enquanto não se consegue uma redução da alíquota dos 50% para que não ocorra demissões. Porque já está acontecendo, no nosso setor, a suspensão de pedidos e isso, em segundo momento, acarreta em demissões, caso a gente não consiga um plano de contingência, que deverá ser anunciado na próxima semana conforme o vice-presidente nos colocou”, disse.