Quem sofre com esteatose hepática, a famosa gordura no fígado, precisa estar sempre atento a tudo que consome. Isso vale para bebidas, sobretudo as alcoólicas, e para os alimentos, sendo que os processados e industrializados não é recomendado que façam parte da dieta.
A alimentação precisa ser equilibrada e deve-se priorizar o consumo da chamada “comida de verdade”, com uma dieta rica em legumes, frutas, grãos integrais e carnes magras.
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Mas engana-se quem pensa que, sendo uma comida considerada saudável, está tudo liberado. Os nutricionistas Fernando Castro e Cibele Santos revelam, ao Metrópoles, que existem até mesmo frutas que devem ser evitadas ou consumidas com moderação por quem tem gordura no fígado.
“Sempre explico que a escolha das frutas para quem tem esteatose hepática precisa ser bem criteriosa. A frutose, o açúcar natural das frutas, quando consumida em excesso, sobrecarrega o fígado porque é metabolizada exclusivamente por esse órgão”, explica Castro.
Ele ressalta que esse “trabalho extra” pode piorar o acúmulo de gordura hepática, especialmente em pacientes que já apresentam algum grau de resistência à insulina.
A uva está entre as frutas que exigem cuidados de quem tem gordura no fígado
Rehman Asad via Getty Images
A manga é outra fruta com frutose alta
Alex Dantas/Divulgação
A melancia é uma fruta doce e exige cuidados no consumo
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Uma das frutas mais consumidas nos lares brasileiros pode ser perigosa para quem tem problemas hepáticos
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Frutas que devem ser evitadas
Segundo o profissional, o ideal é que as mais doces, como uva, manga, banana, melancia e caqui, tenham um consumo mais consciente ou sejam evitadas. “Elas precisam ser ajustadas individualmente, a depender da fase do tratamento e do perfil metabólico do paciente”, ressalta Castro.
Além dessas, a nutricionista Cibele Santos destaca que frutas secas, como passas, tâmaras e damascos, merecem atenção especial. Por serem desidratadas, elas concentram grandes quantidades de açúcar natural, o que pode sobrecarregar o fígado e contribuir para o acúmulo de gordura hepática quando consumidas em excesso. “Mesmo sendo opções naturais, a densidade energética e o alto teor de frutose podem atrapalhar o controle da esteatose hepática”, explica a especialista.
Outro alimento que requer moderação, segundo Santos, é o coco, especialmente em sua forma mais concentrada, como o óleo ou a polpa fresca. Embora tenha propriedades benéficas, o alimento é rico em gordura saturada, que pode agravar o quadro de gordura no fígado quando inserido com frequência na alimentação.
Mas, em geral, para os especialistas, essas são frutas que exigem mais cuidado. “Alguns pacientes podem consumir algumas porções pequenas por dia, mas é necessário combiná-las com alguma fonte de proteína ou gordura boa para diminuir a resposta glicêmica”, reforça Castro.
O nutricionista também comenta que o ideal é sempre consumir o alimento in natura. “Sempre oriento evitar o consumo de frutas em suco, porque nesse formato há uma concentração de frutose e uma perda das fibras, o que pode impactar negativamente a glicemia e o fígado”, completa.
O nutricionista ressalta, por fim, que o objetivo da dieta personalizada para quem tem problemas no fígado é sempre proteger o órgão, reduzindo a inflamação e melhorando a sensibilidade à insulina, e que cada detalhe do plano alimentar conta. “O ideal é consumir com parcimônia e sempre dentro de um plano alimentar equilibrado”, acrescenta Santos.