MAIS

    Traficantes escondem drogas em pirarucu para driblar cães farejadores

    Por

    O crime organizado usa todo tipo de artifício para transportar cocaína pelos rios amazônicos em segurança, para diminuir o risco de flagrante. Entre as estratégias adotadas, traficantes se aproveitam dos carregamentos de pirarucu, uma das iguarias da região, para despistar cães farejadores e conseguir atingir o destino.

    Depois que se retira as vísceras, o pirarucu é disposto em lâminas ou mantas, entre camadas de gelo. A cocaína viaja sob o carregamento, o que dificulta o farejamento dos cães treinados pela Polícia Militar. Dessa maneira, o tráfico consegue escoar a produção de cocaína pelos rios amazônicos.

    51 imagensPM pilotando barco no Rio Solimões, em Tabatinga (AM)Militares em Benjamin Constant (AM), no Rio JavariPichações em área de atuação do Comando Vermelho, em Letícia, na ColômbiaEmbarcação no Rio Javari, no AmazonasPorto de Benjamin Constant, no AmazonasFechar modal.1 de 51

    Barco cruza o Rio Javari, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles2 de 51

    PM pilotando barco no Rio Solimões, em Tabatinga (AM)

    William Cardoso/Metrópoles3 de 51

    Militares em Benjamin Constant (AM), no Rio Javari

    William Cardoso/Metrópoles4 de 51

    Pichações em área de atuação do Comando Vermelho, em Letícia, na Colômbia

    William Cardoso/Metrópoles5 de 51

    Embarcação no Rio Javari, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles6 de 51

    Porto de Benjamin Constant, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles7 de 51

    Embarcação em rio da Amazônia

    William Cardoso/Metrópoles8 de 51

    Porto de Benjamin Constant, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles9 de 51

    Embarcação no Rio Javari, em Benjamin Constant

    William Cardoso/Metrópoles10 de 51

    Porto de Benjamin Constant, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles11 de 51

    Embarcação em rio amazônico

    William Cardoso/Metrópoles12 de 51

    Imagem mostra embarcação em Tabatinga (AM)

    William Cardoso/Metrópoles13 de 51

    Embarcação no Rio Javari

    William Cardoso/Metrópoles14 de 51

    Serraria na margem peruana do Rio Javari

    William Cardoso/Metrópoles15 de 51

    orto de Benjamin Constant, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles16 de 51

    Porto de Benjamin Constant, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles17 de 51

    Barco no Rio Javari, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles18 de 51

    Barco ambulância no Rio Javari, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles19 de 51

    Tenente-coronel Castro Alves, em embarcação no Rio Javari

    William Cardoso/Metrópoles20 de 51

    Pistola de policial no Rio Javari, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles21 de 51

    Arco-íris sobre o Rio Javari, em Atalaia do Norte

    William Cardoso/Metrópoles22 de 51

    Embarcação no Rio Javari, em Atalaia do Norte (AM)

    William Cardoso/Metrópoles23 de 51

    Indígena ferido por ferrão de arraia em Atalaia do Norte (AM)

    William Cardoso/Metrópoles24 de 51

    Índigena sendo socorrido em Atalaia do Norte (AM)

    William Cardoso/Metrópoles25 de 51

    Rua do porto em Atalaia do Norte (AM)

    William Cardoso/Metrópoles26 de 51

    Pescador mostra piranha no mercado municipal, em Atalaia do Norte (AM)

    William Cardoso/Metrópoles27 de 51

    Quadro de distâncias e tempo de viagem em barco rápido na Prefeitura de Atalaia do Norte (AM)

    William Cardoso/Metrópoles28 de 51

    Garrafas com gasolina à venda, em Atalaia do Norte (AM)

    William Cardoso/Metrópoles29 de 51

    Barco da PM no Rio Javari, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles30 de 51

    Cemitério em Atalaia do Norte (AM)

    William Cardoso/Metrópoles31 de 51

    Fachada de igreja em Atalaia do Norte, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles32 de 51

    Esculturas de peixes em Atalaia do Norte, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles33 de 51

    Letreiro em Atalaia do Norte, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles34 de 51

    Garrafas com gasolina à venda, em Atalaia do Norte (AM)

    William Cardoso/Metrópoles35 de 51

    Família em moto em Atalaia do Norte (AM)

    William Cardoso/Metrópoles36 de 51

    Casa de apostas em Atalaia do Norte (AM)

    William Cardoso/Metrópoles37 de 51

    Tuc-tuc em Letícia, na Colômbia

    William Cardoso/Metrópoles38 de 51

    Fronteira entre Brasil e Colômbia

    William Cardoso/Metrópoles39 de 51

    Fronteira entre Brasil e Colômbia

    William Cardoso/Metrópoles40 de 51

    Pichações em área de atuação do Comando Vermelho, em Letícia, na Colômbia

    William Cardoso/Metrópoles41 de 51

    Policial colombiano diante de porto em Letícia, na Colômbia, com vista para a ilha de Santa Rosa, no Peru

    William Cardoso/Metrópoles42 de 51

    Pichações em área de atuação do Comando Vermelho, em Letícia, na Colômbia

    William Cardoso/Metrópoles43 de 51

    Fronteira entre Tabatinga (BRA) e Letícia (COL)

    William Cardoso/Metrópoles44 de 51

    Policiais militares e cães farejadores em Tabatinga (AM)

    William Cardoso/Metrópoles45 de 51

    Presídio em Tabatinga, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles46 de 51

    Divisa entre Tabatinga (BRA) e Letícia (COL)

    William Cardoso/Metrópoles47 de 51

    Humberto Freire, da PF, em Manaus

    William Cardoso/Metrópoles48 de 51

    Teatro Amazonas, em Manaus

    William Cardoso/Metrópoles49 de 51

    Mario Sarrubo

    William Cardoso/Metrópoles50 de 51

    Porto em Manaus, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles51 de 51

    Pichação do Comando Vermelho em Manaus, no Amazonas

    William Cardoso/Metrópoles

    Na Amazônia, a pesca ilegal e outros crimes ambientais caminham lado a lado com o tráfico de drogas, até por usarem as mesmas rotas logísticas, que são os rios da região.

    Em espigas de milho, carregamentos de cebola ou banana, dentro de tanques de combustível ou de ar condicionado. Tudo serve como disfarce para a cocaína que cruza o Norte do país. Um dos métodos mais eficazes para se “muquiar” a droga é sob os seixos (pedras de rio), dentro de embarcações.

    Barcos com fundos falsos ou até mesmo com compartimentos sob os cascos também são usados pelo crime.

    Outra estratégia dos criminosos é traficar cocaína dentro dos botijões de gás, que cruzam o Rio Solimões em cima de grandes embarcações para abastecer cidades inteiras e até mesmo as comunidades ribeirinhas.

    Leia também

    Em uma dessas situações, policiais receberam a informação de que determinado barco trazia consigo cocaína em parte dos botijões. Depois de usarem um cão farejador, conseguiram encontrar a droga. Curiosamente, ao apertar a válvula, saía gás. A cocaína estava somente na parte inferior.

    A carga foi escoltada até Manaus, onde 200 alunos do curso de formação da PM retiraram todos os botijões. A carga foi levada até uma empresa que, em segurança, separou a cocaína. Era um carregamento de uma tonelada.

    Convergência

    Secretária Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), Marta Machado afirmou durante o Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em Manaus (AM), que o crime organizado fez com que o órgão do governo federal recuasse diante da possibilidade de apoiar a iniciativas relacionadas ao pirarucu.

    “A gente até iria trabalhar com incentivo à cadeia do pirarucu. Mas a gente deu um passo atrás justamente pela vulnerabilidade das pessoas que estavam ali e tinham, inclusive, medo de se envolver por conta do crime organizado”, afirma. É frequente a cooptação de ribeirinhos e indígenas pelos traficantes.

    Marta diz que o pirarucu tem uma forte convergência com o tráfico. “Tem vários casos do peixe sendo transportado com a droga dentro. É um cenário muito complicado de convergência de crimes. Crimes ambiental, garimpo, desmatamento, tráfico de fauna com narcotráfico” afirma.

    Segundo a secretária, os caminhos usados para escoar a produção do peixe são também compartilhados por narcotraficantes.