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    Veja como os “Reis do Cobre” torravam a grana de cabos furtados no DF

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    A operação deflagrada pela 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) nesta terça-feira (19/8) revelou os bastidores de organização criminosa especializada em furtar cabos de energia em áreas nobres do Distrito Federal. Estima-se que o grupo tenha movimentado mais de R$ 1 milhão em pouco mais de um ano de atuação, deixando rastro de prejuízos para empresas de energia e transtornos para milhares de pessoas.

    Apesar do crime, os integrantes do esquema não faziam questão de agir com discrição. Pelo contrário: todos ostentavam nas redes sociais carrões importados, viagens para destinos paradisíacos, jetskis de última geração e festas regadas a bebidas caras. A operação cumpriu três mandados de prisão e cinco de busca e apreensão na Cidade Estrutural.

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    Foram presos Davi Alves de Souza, Kelvin Ruan Oliveira Santos e Maxsuel da Silva Santos. No entanto, o líder do bando, Pablo da Rocha Santos, permanece foragido. De acordo com as investigações, o chefe do esquema tinha o costume de torrar o dinheiro amealhado com a venda dos cabos furtados em festas, viagens para praias nordestinas em carros importados. O criminoso sempre tirava fotos e gravava vídeos ostentando maços de dinheiro.

    Veja a ostentação dos “Reis do Cobre”:

    O esquema

    De acordo com os investigadores, a quadrilha agia principalmente durante a madrugada. Usando equipamentos adaptados, o bando retirava metros e mais metros de cabos subterrâneos de energia elétrica em ruas pouco movimentadas de regiões administrativas de alto padrão.

    A fiação, feita de cobre — um metal de alto valor no mercado paralelo —, era revendida para ferros-velhos e atravessadores. O cobre era então “esquentado” e inserido novamente na cadeia de comércio legal.

    “Eles tinham logística organizada, transporte preparado e pontos de receptação certos. Não era um crime aleatório, mas sim uma atividade criminosa altamente lucrativa e estruturada”, explica o delegado-chefe da 3ª DP, Victor Dan.

    Ostentação

    Enquanto moradores sofriam com quedas de energia e prejuízos em equipamentos eletrônicos, os criminosos viviam como verdadeiros influenciadores digitais do luxo. Nas redes sociais, surgiam imagens em carros importados — alguns avaliados em mais de R$ 200 mil — desfilando pelas avenidas mais movimentadas da capital. Em festas, apareciam cercados de garrafas de uísques e champanhes, sempre registrando os “combos” consumidos ao lado de mulheres.

    Viagens para praias do Nordeste também eram exibidas. Um dos integrantes, em postagem recente, aparece rindo com maços de dinheiro nas mãos enquanto pilota um jetski em mar cristalino.