A vereadora de São Paulo Janaina Paschoal (PP) foi retirada por seguranças durante a abertura da 4ª Conferência Estadual das pessoas LGBTQIA+, que aconteceu na última sexta-feira (1º/8) no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Vídeos que circulam nas redes sociais (veja abaixo) mostram Janaina gritando enquanto é chamada de “fascista” pela plateia e afastada do local por seguranças.
Apesar de ter sido retirada temporariamente pelos organizadores e levada ao camarim, Janaina retornou ao evento e permaneceu no auditório até a fala da cônsul-geral da Bélgica em São Paulo.
Organizadores do evento acusam a vereadora de tentar interromper os palestrantes para desestabilizar o evento, o que ela nega. Ao Metrópoles Janaina disse que a Secretaria de Justiça do Governo do Estado de São Paulo a convidou para comparecer à conferência e que tinha a expectativa de ser convidada para a mesa, o que não aconteceu.
Janaina teria interrompido o evento durante a fala de um palestrante que chamou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff – cujo pedido foi de autoria da vereadora– de golpe. O palestrante era Zezinho Prado, um militante da esquerda que faz parte do Conselho Nacional LGBTQIAPN+. Ele também teria falado a respeito da tornozeleira do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e comemorado a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Segundo Janaina, ela decidiu interferir ao se sentir indignada pela ausência de menções à gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Levantei, no meu lugar, e falei: ‘Ô, gente, desculpa, mas alguém tem que explicar que, depois de 10 anos, quem está fazendo esse evento é um governo de direita, porque eu não estou entendendo o que está acontecendo aqui’. Neste momento começou a gritaria, mas não veio primeiramente da plateia, veio da organizadora, dos organizadores (…). O povo veio para cima de mim com leque, gritando, fascista e assim por diante”, disse Janaina ao Metrópoles.
A deputada do PSol Carolina Iara estava no evento e defende que a reação da plateia aconteceu porque Janaina interrompeu a fala de um militante conhecido no meio.
“Primeiro que ela interrompeu a fala dele [Zezinho], falou que ele estava errado, que era um absurdo ele falar aquilo, e que a conferência estava sendo feita em um governo de direita, e continuou gritando. As pessoas começaram a gritar da plateia, e ela gritando de volta, muito alterada. Acho que, se ela tivesse ficado tranquila, pedido fala, não teria acontecido isso. As pessoas ficaram muito bravas depois que as pessoas interromperam a fala de um senhor de idade”, disse Iara, da Bancada Feminista do PSol na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).