MAIS

    Viúva de gari morto por empresário desabafa: “Me devolveram no caixão”

    Por

    Após o assassinato de seu marido, Liliane França (foto em destaque), 44 anos, viúva do gari Laudemir de Souza Fernandes, concedeu uma entrevista coletiva e se demonstrou desesperada com a perda repentina do companheiro. O profissional foi morto a tiros, nessa segunda-feira (11/8), no momento em que trabalhava no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte (MG).

    Abalada, Liliane declarou, em meio às lágrimas, que sentirá muita falta do companheiro. Em um vídeo veiculado pelo jornal O Tempo, a viúva aparece abatida e enaltece o esposo falecido. Ela descreveu Laudemir como “um bom homem, cuidadoso e carinhoso”.

    Leia também

    “Ele era perfeito. Uma pessoa que respeitava e cuidava da gente com carinho, voltava para casa com muita saudade. Todos os dias de manhã ele saía falando que iria voltar, e dessa vez ele não voltou para casa. O Lau não voltou para casa ontem. Me devolveram o Lau no caixão”, disse, em meio às lágrimas.

    Liliane declarou que a morte do marido não pode ser em vão. “Isso não pode ficar assim. Tem que haver uma mudança. Tem que haver justiça, sabe?”, falou.

    Ela ainda pediu respeito à categoria na qual o marido vestia o uniforme todos os dias. “Eu estou aqui por ele, por essa categoria, que luta muito para fazer o trabalho deles com excelência; eu estou  aqui para dizer: a gente quer justiça e respeito por essa categoria”, proclamou.

    Veja:

    3 imagensDelegada Ana Paula Balbino NogueiraRené da Silva Nogueira Júnior ao lado da esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira Fechar modal.1 de 3

    René da Silva Nogueira Junior

    Reprodução/Redes sociais2 de 3

    Delegada Ana Paula Balbino Nogueira

    Reprodução/ Redes Sociais3 de 3

    René da Silva Nogueira Júnior ao lado da esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira

    Reprodução/ Redes sociais

    O crime

    O empresário René da Silva Nogueira Junior é o suspeito de atirar e matar  Laudemir nessa segunda-feira (11). Segundo testemunhas, o crime teria ocorrido após uma discussão envolvendo o trânsito.

    Quem presenciou a cena de violência relatou que Laudemir e outros garis recolhiam resíduos quando o empresário passou de carro e pediu que o caminhão fosse retirado da via para que pudesse passar com seu veículo elétrico.

    Após uma breve discussão com a mulher que dirigia o caminhão, ele desceu do carro armado e efetuou disparos. Laudemir foi atingido na região da costela. René entrou no veículo e fugiu.

    A vítima chegou a ser socorrida e levada a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos. A causa da morte foi hemorragia interna provocada pelo projétil, que ficou alojado no corpo.

    A motorista relatou que havia espaço suficiente para o carro passar e que o empresário se irritou sem necessidade. Segundo ela, antes de atirar contra os garis, René apontou a arma para a cabine e ameaçou disparar contra seu rosto, dizendo: “Vou dar um tiro na cara”.

    O boletim de ocorrência registra que ele chegou a manejar a arma na frente da equipe, após deixar cair o carregador e recolocá-lo.

    Apesar de negar a autoria do crime, René confessou, após ser preso, que a arma utilizada no crime pertence a sua esposa, identificada como Ana Paula Balbino Nogueira. Ela atua como delegada da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais.