Entrevistado pela revista norte-americana Complex, o estilista Willy Chavarria retomou uma discussão interessante sobre a precificação das concorridas passarelas nas semanas de moda. Com valores que chegam a milhões de dólares, os desfiles podem ser verdadeiros investimentos, se alinhados com estratégia.
Vem entender!
Willy Chavarria expõe valores do Paris Fashion Week
Um corte da entrevista de Willy Chavarria para o programa Idea Generation, da revista Complex, viralizou nas redes devido à discussão de quanto vale um desfile em semanas de moda como o Paris Fashion Week e correlatos. No vídeo, Willy relata que somente um “lugarzinho” pode custar cerca de US$ 15 mil, e que uma apresentação com o orçamento de US$ 1 milhão ainda é considerada barata em comparação aos níveis do mercado.
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Em 2024, a Vogue Business publicou uma matéria revelando os gastos necessários para que um desfile esteja à altura das fashion weeks ao redor do mundo. Apesar de as afirmações de Willy Chavarria indicarem cifras altíssimas, os levantamentos da Vogue mostram que os valores podem ser bem menores, o que depende do nível de cada marca.
O real valor dos desfiles nas semanas de moda
Segundo a dupla de designers da grife britânica Jordanluca, a etiqueta gastou cerca de US$ 68 mil no seu primeiro desfile e US$ 90 mil no segundo, ambos no London Fashion Week. Após mudarem a sede da marca de Londres para Milão, a Jordanluca buscou se inserir na semana de moda local ao lado de outras grifes prestigiadas na região, o que, por fim, evoluiu para um orçamento de aproximadamente US$ 230 mil no desfile de primavera/verão 2024/25 no Milano Fashion Week.
Os custos totais englobam desde a produção do evento (em torno de 30%, segundo a Vogue) até o transporte e segurança (5%). Outra demanda que pode influenciar no montante total da passarela é a locação. Caso seja um lugar requisitado por muitas marcas ou que hospede outros tipos de eventos, é capaz de inflar ainda mais os valores da apresentação.
Assim como qualquer empresa, as marcas optam por captar patrocinadores para custear a realização dos desfiles — tanto as emergentes, como a Jordanluca durante a mudança para Milão, quanto as já consolidadas no mercado. Essas parcerias, por sua vez, precisam ser pagas, mas outras formas podem ser adotadas para que o valor seja coberto.
Os formatos de parcerias adotados pelas marcas podem ir desde pequenas ativações dos patrocinadores durante a passarela e detalhes que envolvam a marca financiadora na coleção até peças inteiras desenvolvidas ao redor da parceria. Esse modelo de negócio também é muito comum no São Paulo Fashion Week, em que as marcas buscam patrocínios que, por sua vez, são incluídos de diversas formas no evento, coleção, brindes e afins.
Mesmo com o aumento constante nas despesas, empresas e criadores do mundo inteiro continuam a apresentar desfiles cada vez mais ousados, até como uma forma de reafirmar sua posição no mercado. No entanto, as etiquetas emergentes vem buscando outras alternativas, como os fashion films, para proporcionarem um “gostinho” da experiência de moda ligada à identidade de cada label.