No dia 5 de outubro, às 7h, a Terceira Ponte, uma das obras mais emblemáticas do Espírito Santo ganhará nova movimentação. Em vez de carros, serão engenheiros, agrônomos, estudantes e comunidade cruzando os 5 km que ligam Vila Velha a Vitória, na 1ª Corrida Soea – Edição Capixaba. O evento abre, em grande estilo, a 80ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (SOEA).
A iniciativa vai muito além de uma prova esportiva. É um convite simbólico para unir infraestrutura, qualidade de vida e pertencimento, reforçando a ideia de que a engenharia não está apenas nos cálculos e projetos, mas também no movimento e na transformação da sociedade.
Qualidade de vida
Segundo o Censo Confea 2024, que ouviu 48 mil profissionais registrados no Sistema Confea/Crea e Mútua em todo o país, 92% dos entrevistados estão empregados e 78% atuam diretamente na área de formação. O levantamento reforça o papel central da engenharia, da agronomia e das geociências no desenvolvimento do Brasil e mostra a relevância do sistema para o fortalecimento das profissões.
Outro dado do levantamento reforça a sintonia da corrida com os anseios da categoria: 72% dos profissionais afirmam praticar esportes ou atividades físicas como principal forma de melhorar a qualidade de vida, seguidos por leitura (29%) e convívio social (22%).
Esse cenário dialoga diretamente com a proposta da corrida: estimular hábitos saudáveis e, ao mesmo tempo, conectar profissionais e sociedade em um momento de integração.
Visão Confea/Crea
Para o presidente do Confea, Vinicius Marchese, a escolha da Terceira Ponte como cenário de abertura da Soea foi carregada de simbolismo.
“A Terceira Ponte é um marco da engenharia brasileira e um ícone do Espírito Santo. Iniciar a corrida nesse cenário, ao nascer do sol, tem um simbolismo muito forte: mostra que a engenharia conecta pessoas, territórios e oportunidades. É um convite para olharmos para o futuro e reconhecermos o papel da nossa profissão em transformar paisagens e realidades.”
Vinicius Marchese, presidente do Confea
Ele destaca ainda a relevância da Soea, que chega à sua 80ª edição como o maior fórum do setor no Brasil. “A Soea é o maior encontro do nosso setor porque reúne profissionais de todas as regiões e áreas em um espaço de debates e networking. É aqui que discutimos políticas públicas, inovação, educação e os grandes desafios nacionais. A longevidade da Soea mostra sua relevância: há oito décadas, esse fórum contribui para construir um projeto de país em que a técnica e a ética caminham juntas.”
Ao falar sobre o tema desta edição, “Projetando caminhos para o futuro do Brasil”, Marchese aponta os rumos necessários. “O Brasil precisa construir caminhos que combinem desenvolvimento econômico com sustentabilidade. Isso significa investir em infraestrutura, energias renováveis, saneamento e inovação. Mas também significa fortalecer a educação e valorizar o conhecimento técnico. Só assim conseguiremos garantir competitividade internacional sem abrir mão da responsabilidade social e ambiental.”
Para o presidente do Crea-ES, Jorge Silva, a inspiração para incluir a corrida no calendário oficial da Soea nasceu da preocupação com a qualidade de vida dos profissionais e do desejo de aproximar a engenharia da comunidade. Ele ressalta ainda que o caráter democrático foi prioridade. Com inscrições acessíveis — R$ 50 para engenheiros registrados, R$ 80 no primeiro lote e descontos para idosos e pessoas com deficiência —, a corrida reforça o compromisso do Sistema com a inclusão. “Queremos que todos possam participar com segurança e acessibilidade, que são os princípios fundamentais da engenharia”, disse.
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Engenharia em movimento
Se a ponte interliga territórios, a corrida conecta narrativas. Para o diretor administrativo da Mútua-ES, Vinícius Santos Terra, a prova simboliza a engenharia em movimento.
“Sempre falamos do engenheiro no cálculo, no projeto. Mas a corrida traz uma nova imagem: o engenheiro em movimento, correndo junto com a sociedade, atravessando o maior marco da engenharia capixaba. Isso abre a Semana Oficial de forma inédita, com energia e pertencimento”, afirmou.
Vinícius acrescenta que a corrida reforça também o papel da Mútua como braço assistencial do Sistema: “A Mútua já oferece benefícios como saúde, previdência e apoio financeiro. Mas o esporte nos permite agir também de forma preventiva, cuidando do corpo e da mente dos profissionais. É um novo olhar sobre o que significa ser parte desse sistema”.
Mais do que corrida, um símbolo
A corrida marca a abertura de uma semana intensa. Entre os dias 6 e 9 de outubro, a 80ª Soea vai reunir milhares de profissionais no Pavilhão de Carapina, em Vitória, para debater sustentabilidade, transformação digital, agricultura, infraestrutura e caminhos para o futuro do Brasil. Logo em seguida, entre os dias 9 e 11, acontece o 12º Congresso Nacional de Profissionais (CNP), que reunirá propostas vindas de todos os estados.
A travessia da Terceira Ponte, portanto, não é apenas um trajeto de 5 km. É uma metáfora da própria engenharia: ciência que liga territórios, aproxima pessoas e projeta caminhos mais seguros e sustentáveis rumo ao futuro.
Como sintetiza Jorge Silva: “Se faz bem à vista, faz bem ao coração. E é isso que queremos: uma engenharia que transforma, que promove saúde, que aproxima a sociedade e que projeta um futuro melhor para todos”.