Aidê Torres, de 60 anos, ficou conhecida na quinta temporada de Casamento às Cegas. Além da participação no reality, ela carrega uma história comovente: a adoção da filha Maya, que é uma mulher trans.
Mãe de três filhos, sendo dois adotivos, Aidê conheceu Maya por meio de um projeto de apadrinhamento socioafetivo, no qual jovens que deixam abrigos ao completar 18 anos são acolhidos por padrinhos. Desde o primeiro contato, um vínculo especial nasceu.
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Aidê Torres e a filha Maya
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Aidê Torres e a filha Maya
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Aidê Torres em Casamento às Cegas
Julia Mataruna/Netflix
“Assim que encontrei aquele olho puxadinho, para mim, foi como quando meu filho nasceu”, lembrou, ao contar a sensação ao ver a foto de Maya, ainda antes da transição de gênero.
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No início, o processo foi marcado por preconceitos e conhecidos chegaram a questionar a decisão. Maya, na época, apresentava comportamento rebelde, mas, para Aidê, o afeto falou mais alto. Desde o início, a participante do reality percebeu que a adolescente enfrentava questões de gênero.
“Para mim, sempre foi uma filha, sempre foi uma menina. Sempre foi uma menina”, afirmou.
Na nova casa, Maya encontrou liberdade para expressar a própria identidade. No começo, usava os vestidos da madrinha apenas dentro de casa. Até que, com incentivo de Aidê, vestiu-se como menina pela primeira vez para um passeio na Avenida Paulista. “Eu emprestava minhas roupas e percebia que ela ficava mais doce quando estava de menina”, recordou.
Maya a chamava de mãe em público, mesmo quando Aidê ainda fazia questão de frisar o título de madrinha. Com o tempo, o carinho se transformou em amor de mãe. “Eu adorava aquilo. Eu percebi que isso dava segurança para ela, porque uma pessoa negra, em muitos lugares, é discriminada”, disse.
“Eu percebi que o nosso amor não tinha como, porque eu sinto amor de mãe. Eu acho que deu cor para minha vida”, emocionou-se.
Maya também compartilhou o quanto esse vínculo mudou sua trajetória. Durante os anos no abrigo, ela conviveu com muitas decepções, já que pessoas que se aproximavam acabavam desaparecendo. “Cheguei a pensar que eu não era digna de ter uma família”, desabafou.
“Para mim, é como se, desde que ela me aceitou como filha, aquela página de tantas coisas ruins na minha vida estivesse começando uma nova história. Como se eu estivesse nascendo de novo”.