O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Og Fernandes votou a favor da prisão imediata da arquiteta Adriana Villela, condenada como mandante do triplo homicídio dos pais e da empregada da família. O voto foi lido pelo magistrado durante o julgamento dos recursos sobre a condenação de Villela na Sexta Turma do STJ, na tarde desta terça-feira (2/9).
Og Fernandes votou com o relator a favor da condenação. O ministro frisou que os elementos usados como prova que condenam Adriana Villela foram disponibilizadas anteriormente, fato que vai contra os argumentos da defesa da arquiteta.
“A falta de resignação da defesa na primeira oportunidade quanto à não disponibilização das mídias em momento anterior, premissa fático-processual cristalizada no acórdão recorrido, impede o acolhimento da anulação de nulidade”, declarou Og Fernandes.
“Acompanho o relator e voto pelo improvimento do recurso especial [da defesa de Adriana Villela”, encerrou.
Antes de concluir o voto, Og Fernandes iniciou relendo de forma resumida os votos do relator, ministro Rogério Schietti, e do ministro Sebastião Reis Júnior, pontuando os destaques de cada voto.
Em sessões anteriores, o relator, ministro Rogério Schietti, já havia votado a favor da prisão imediata de Adriana, enquanto Sebastião Reis Júnior opinou pela anulação do Tribunal do Júri e por toda a instrução da ação penal que levou à condenação da arquiteta.
O julgamento
Adriana Villela foi condenada a 61 anos de prisão como mandante do triplo homicídio dos pais e da empregada da família, em 2009. O caso ficou conhecido como Crime da 113 Sul, em referência ao endereço onde ocorreram os assassinatos.
Estão em discussão no STJ os recursos da defesa e da acusação. Por um lado, advogados pedem a anulação do júri que condenou Adriana Villela. A defesa alega que o crime foi um latrocínio e que as investigações falharam ao não considerar os álibis da arquiteta que a deixariam distante do local do crime no fatídico dia.
O Ministério Público, por outro lado, pede a prisão imediata da arquiteta, que recorreu da sentença em liberdade. Para a acusação, o crime foi cometido devido a desavenças financeiras entre a filha e os pais. O ex-porteiro do Bloco C da 113 Sul foi acusado de receber dinheiro da arquiteta para simular um assalto à casa da família, antes de matar as vítimas a facadas.
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Crime da 113 Sul
- Em agosto de 2009, José Guilherme, Maria e Francisca foram mortos no apartamento da família, no 6º andar de um prédio na 113 Sul.
- As vítimas foram golpeadas com mais de 70 facadas pelos autores do crime.
- No julgamento de 2019, o porteiro do prédio à época, Paulo Cardoso Santana, foi condenado a 62 anos de prisão por ter matado as vítimas. Considerados coautores, Leonardo Campos Alves e Francisco Mairlon tiveram penas fixadas em 60 e 55 anos, respectivamente.
- O Metrópoles contou o caso com riqueza de detalhes no podcast Revisão Criminal. Em sete episódios, as teses da defesa e da acusação foram explicadas com profundidade.
O Metrópoles transmite o julgamento de Adriana Villela ao vivo no YouTube. Acompanhe!
