Um homem acusado de matar um amigo a tiros fugiu do Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza (CE), durante o próprio julgamento na terça-feira (23/9). A fuga ocorreu momentos após a sentença de 15 anos, 5 meses e 7 dias de prisão em regime inicialmente fechado por homicídio qualificado.
O crime ocorreu em dezembro de 2022, durante um evento em Ararendá, no interior do Ceará. Sandro Carlos Rodrigues, conhecido como “Sandro do Paredão”, atirou em Antônio Jonas de Araújo Chaves, o “Jonas Arnôr”, de 30 anos, após uma confusão motivada por uma disputa por paredões de som.
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Na terça-feira, Sandro estava no plenário durante toda a sessão, MAS se ausentou no momento em que as partes se dirigiram à sala secreta para votação da sentença.
“O réu Sandro Carlos Rodrigues deixou o plenário, de forma sorrateira, antes da leitura da sentença, porém, considero que ele e sua respectiva defesa, bem como a assistência de acusação, saíram devidamente intimados da presente sentença em sessão plenária do júri”, diz um trecho da decisão do juiz.
Após a fuga do fórum, a Justiça expediu um mandado de prisão contra o condenado, que é procurado pela polícia.
Julgamento e motivação do crime
O julgamento foi transferido de Crateús para Fortaleza por meio de um recurso legal conhecido como desaforamento. Esse procedimento, decidido pelo Tribunal de Justiça, é usado quando há receio de que não seja possível realizar um julgamento imparcial ou seguro na cidade original do crime (no caso, Ararendá, que faz parte da Comarca de Crateús, cidade próxima).
O Conselho de Sentença reconheceu como agravantes o motivo fútil e o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. A sentença destaca que, além de surpreender o amigo com quem se divertia momentos antes, Sandro impediu que terceiros socorressem a vítima, chegando a apontar a arma para uma testemunha que tentava ajudar. A decisão judicial caracteriza a ação como evidenciando “dolo intenso, crueldade no agir e desprezo pela vida humana”.
Sandro cumpriu prisão preventiva de dezembro de 2022 a maio deste ano, quando conseguiu o direito de aguardar o julgamento em liberdade.
A vítima, Antônio Jonas, era filho do vereador de Ararendá Antônio Simião Chaves, o “Cabilouro”. O político e demais familiares aguardam A prisão do condenado para cumprir a pena.