Kaique Coutinho do Nascimento, sentenciado a 24 anos de prisão pela morte do policial militar (PM) da Rota Samuel Wesley Cosmo, recorreu da condenação. Ele pede que o caso seja analisado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). O recurso foi assinado logo após o fim do julgamento no Tribunal do Júri, que o sentenciou em 27 de agosto.
A morte do soldado Samuel Cosmo, em 3 de fevereiro de 2024, deu início à 3ª fase da Operação Verão na Baixada Santista, com várias denúncias de execuções sumárias e tortura por parte de PMs. O objetivo, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), seria capturar o autor do crime. Kaique Coutinho, conhecido como Chip, foi encontrado dias depois em Uberlândia, interior de Minas Gerais.
A prisão, no entanto, não interrompeu a onda de violência. Em um intervalo de dois meses, a polícia matou 56 pessoas na região. Entre elas, um homem cego, um deficiente físico e uma mãe de seis filhos, que teria sido atingida por engano.
14 imagens
Fechar modal.
1 de 14
Kaique da Silva Coutinho, conhecido como “Chip”, é apontado como autor dos disparos que mataram o soldado Cosmo, da Rota
Divulgação/SSP2 de 14
Soldado Samuel Wesley Cosmo, no batalhão da Rota na capital paulista
Reprodução/Redes Sociais3 de 14
Kennedy Cosmo e Samuel Wesley Cosmo
Reprodução4 de 14
Policial militar de São Paulo Samuel Wesley Cosmo, soldado lotado nas Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota)
Reprodução5 de 14
Família pede doações a viúva e filhas de soldado da Rota morto
Reprodução/Redes Sociais6 de 14
Reprodução/PMSP7 de 14
Reprodução/PMSP8 de 14
Reprodução/PMSP9 de 14
Reprodução/PMSP10 de 14
11 de 14
Reprodução/PMSP12 de 14
Reprodução/PMSP13 de 14
Reprodução/PMSP14 de 14
Reprodução/PMSP
No Tribunal do Júri, foram ouvidos, além de Chip, três testemunhas de acusação: os policiais militares Ederson Luiz da Costa e Ricardo Silva Mombelli, que estavam em patrulhamento com o soldado Samuel Cosmo no momento do ocorrido, e o delegado Thiago Bonametti, titular da investigação.
A peça chave para a identificação do suspeito foi a câmera corporal usada pelo soldado Samuel Cosmo no momento do homicídio. O aparelho captou o policial caminhando por vielas da comunidade do Mangue Seco, em Santos, quando Chip aparece armado e efetua um disparo contra ele.
Assista:
Leia também
-
Homem que matou PM com tiro no rosto é condenado a 24 anos de prisão
-
Operação Verão: perícia de menor morto pela PM foi feita 1 ano depois
-
Operação Verão: câmeras corporais mostram ação da PM em chacina
-
Derrite destaca Operação Verão para enaltecer ex-comandante da PM
Baixada Sangrenta
Apesar dos indícios de execuções cometidas pela Polícia Militar durante a Operação Verão, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) manteve o arquivamento dos inquéritos que investigavam a atuação dos PMs envolvidos.
Durante as investigações, foram realizadas oitivas de 92 pessoas, além de 330 filmagens analisadas e 167 interrogatórios, de acordo com a promotoria. No total, foram oferecidas sete denúncias contra 13 policiais militares. O arquivamento foi ratificado pela Justiça.