O advogado Demóstenes Torres, que faz a defesa do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, no julgamento da trama golpista usou 22 minutos perante os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) para contar histórias e elogiar os magistrados, sem citar o cliente. Cada defesa tem 60 minutos para realizar sustentação oral na sessão desta terça-feira (2/9).
Ao final da sustentação o advogado brincou: “Infelizmente, o tempo é curto”.
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Depois desse período, Torres começou a citar os fatos relacionados às acusações contra Garnier por ter participado de suposta trama golpista. O advogado, porém, iniciou sua intervenção elogiando os ministros da Primeira Turma e até o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, que não está presente no julgamento.
Após isso, ele comentou sobre o almirante Garnier não ter condições de pagar seus honorários. “E eu fiquei com pena dele. Por quê? É uma pessoa que vai inteirar agora 65 anos de idade, não tem recurso para pagar advogado. Fiz um alguma coisa, falei: “Olha, nós não podemos fazer sem cobrar”. E ele não teve dinheiro para pagar”, disse.
Veja:
O jurista também tirou risadas do ministro relator Alexandre de Moraes ao dizer que é sim possível gostar de Moraes e Bolsonaro ao mesmo tempo.
“É possível gostar do ministro Alexandre de Moraes e ao mesmo tempo gostar do ex-presidente Bolsonaro? Sim, sou eu, não é? Essa pessoa. E explico porquê. Um dia eu tava já estava fora da da política e tava no aeroporto de Brasília. E meus ex-colegas passavam por mim e tal. De repente passou o Bolsonaro com a mochila linha parecendo um soldadinho de chumbo, né? E foi e falei para minha mulher: “Olha, até o Bolsonaro tá me evitando”, comentou.
Após o período de histórias, o advogado citou Garnier aos 20 minutos da sua sustentação e começou de fato a defesa do seu cliente.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, na tarde desta terça-feira (2/9), o julgamento da ação penal sobre a suposta trama golpista atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus do núcleo 1. O grupo, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, tentou anular as eleições de 2022 para manter Bolsonaro no poder.
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