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Advogado diz se Bolsonaro irá a julgamento nos próximos dias

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Advogado diz se Bolsonaro irá a julgamento nos próximos dias

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou que o ex-chefe do Palácio do Planalto não deve comparecer aos próximos dias de julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dos advogados de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, afirmou em conversa com a imprensa, antes da retomada da sessão desta terça-feira (2/9), que o ex-presidente não deve comparecer ao julgamento nos próximos dias.

Conforme revelou o Metrópoles, Bolsonaro foi orientado a não participar presencialmente em razão do quadro de saúde. O ex-presidente está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

Antes da sessão que marcará as sustentações orais, os advogados dos demais réus comentavam sobre o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, ressaltando que ele já “mentiu um pouquinho” e questionando as múltiplas versões apresentadas por Cid no âmbito da investigação da Polícia Federal (PF).

Acompanhe o julgamento: 

Trama golpista

Na denúncia sobre a tentativa de golpe, o STF dividiu os acusados em quatro núcleos. Bolsonaro integra o núcleo principal, considerado o de liderança, ao lado de outros réus apontados como organizadores do plano para impedir a posse de Lula.

Para a PGR, Bolsonaro é o líder da organização criminosa, papel que agrava sua responsabilidade em caso de condenação.

A denúncia aceita pela Primeira Turma do STF o enquadra em cinco crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

O presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin, reservou os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro de 2025, das 9h às 12h, para sessões extraordinárias do julgamento. Também está prevista uma sessão extraordinária no dia 12, das 14h às 19h, além de sessões ordinárias nos dias 2 e 9, no mesmo horário vespertino.

O primeiro a votar será o relator, ministro Alexandre de Moraes. Recentemente, ele foi sancionado pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, em articulação que envolveu o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. Moraes é o próximo vice-presidente do STF e integrará a presidência da Corte com o ministro Edson Fachin, em cerimônia prevista para o fim do mês.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

Após o voto de Moraes, a palavra será do ministro Flávio Dino. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dino é ex-senador e ex-governador do Maranhão e ocupava o cargo de ministro da Justiça antes de assumir uma cadeira no STF.

Ministro Flávio Dino, do STF

Na sequência, votará o ministro Luiz Fux, considerado pelo núcleo bolsonarista como uma “esperança” para Bolsonaro, diante de posicionamentos recentes em questionamentos sobre a quantidade de depoimentos do ex-ajudante Mauro Cid, no âmbito da delação premiada firmada com a Polícia Federal (PF). Fux foi indicado pela então presidente Dilma Rousseff, em 2011.

Ministro Luiz Fux

Depois, será a vez da ministra Cármen Lúcia, a integrante mais antiga da Primeira Turma. Indicada por Lula, em 2006, ela é uma das magistradas mais longevas da história do STF, ficando atrás apenas do ministro Gilmar Mendes em tempo de atuação na atual composição da Corte.

A ministra do STF Cármen Lúcia

O julgamento será concluído por Zanin, presidente da Turma. Ele é o ministro mais recente a chegar ao STF, nomeado em 2023 pelo presidente Lula. Para que haja definição no julgamento, é necessária maioria simples: três dos cinco ministros já são suficientes para firmar o entendimento, seja pela condenação ou absolvição dos réus.

Ministro Cristiano Zanin, do STF

Crimes imputados contra Bolsonaro e demais réus:

– Os crimes atribuídos a Alexandre Ramagem — deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado — foram suspensos por terem ocorrido após a diplomação, atendendo parcialmente ao pedido da Câmara dos Deputados.

Início das sessões de julgamento

A sessão de terça-feira (2/9) começará com Zanin abrindo os trabalhos, prosseguindo com Moraes na leitura do relatório da ação penal, que apresentará um histórico das investigações. Em seguida, falará o procurador-geral da República, Paulo Gonet, autor da denúncia contra os réus, pelo prazo de até duas horas.

Na sequência, as defesas apresentarão as sustentações orais, com duração de até uma hora cada. Concluída essa etapa, os ministros avaliarão as preliminares — questões levantadas e que precisam ser resolvidas antes do julgamento do mérito.

Logo após, Moraes terá a palavra para proferir seu voto, pela condenação ou absolvição dos réus. Na sequência, os demais ministros votarão, seguindo a ordem de antiguidade na Corte, e o julgamento será encerrado por Zanin.

As sessões ocorrerão no plenário da Primeira Turma do STF. A decisão da Corte será tomada por maioria. Caso haja condenação de Bolsonaro e dos demais réus, ela será anunciada na proclamação do resultado.

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Arte/ Metrópoles

Confira os réus do núcleo crucial

As defesas dos réus do chamado núcleo crucial da trama golpista denunciada pela PGR ao STF apresentaram, em 13 de agosto, as alegações finais. A linha comum seguida pelos advogados dos oito réus foi frisar a falta de provas da acusação para ligar os respectivos clientes à participação no planejamento de um possível golpe de Estado.

O processo vai para julgamento da Primeira Turma, composta por Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Flávio Dino. Eles podem decidir se os oito acusados pela PGR serão condenados ou absolvidos. É possível, ainda, que algum ministro peça vista, o que representaria mais tempo para análise, com prazo de retorno para julgamento em 90 dias.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro

Rafaela Felicciano/Metrópoles2 de 8

Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar por ordem de Moraes

Reprodução/YouTube do Metrópoles3 de 8

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto4 de 8

Ex-presidente Jair Bolsonaro

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Ex-presidente Jair Bolsonaro

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Moraes no STF

BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

 

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