O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, reagiu à declaração da Casa Branca de que Donald Trump está disposto a “usar meios militares” para “proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”, em referência a uma eventual condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Sem citar nomes, Messias afirmou à coluna que “falsos patriotas” incitam animosidade do Brasil com outras nações historicamente aliadas e atuam por intervenções de outros países na Justiça brasileira. Para o chefe da AGU, essas pessoas são “verdadeiros traidores da pátria”.
Lula x Trump
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“O Brasil é um país pacífico, um país do diálogo, do respeito e da solidariedade. Os falsos patriotas que incitam a animosidade de nosso país com nações das quais somos historicamente aliados e gestionam por intervenções estrangeiras em nosso sistema de Justiça são verdadeiros traidores da pátria”, disse Messias.
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Mais cedo, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também criticou a menção do governo Trump. A petista afirmou que a afirmção da Casa Branca seria decorrente da “conspiração” da família Bolsonaro nos Estados Unidos em busca de sanções contra o Brasil e autoridades brasileiras.
“A conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil chegou ao cúmulo hoje, com a declaração da porta-voz de Donald Trump de que os EUA podem usar até força militar contra o nosso país. Não bastam as tarifas contra nossas exportações, as sanções ilegais contra ministros do governo, do STF e suas famílias, agora ameaçam invadir o Brasil para livrar Jair Bolsonaro da cadeia. Isso é totalmente inadmissível”, escreveu Gleisi Hoffmann.
O que disse a Casa Branca
Em conversa com jornalistas nesta terça-feira (9/9), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, foi questionada sobre o julgamento de Bolsonaro e respondeu que o governo Trump não tem medo de usar o poder militar e econômico para garantir a liberdade de expressão no mundo.
O repórter Michael Shellemberger, do site Public News, perguntou se o presidente americano estava “considerando ações adicionais, dado que parece que vão acabar com uma condenação contra o presidente Bolsonaro, impedindo-o de concorrer?” A porta-voz da Casa Branca, então, respondeu:
“Posso dizer que isso é uma prioridade para a administração, e o presidente não tem medo de usar o poder econômico, o poder militar dos Estados Unidos da América para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”.