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    Análise: agora só a política salva Bolsonaro

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    Até mesmo aliados admitem: dificilmente Jair Bolsonaro escapará da condenação no julgamento do chamado “inquérito do golpe”, que começa na terça-feira (2/9) no STF. Mas há uma luz no horizonte do ex-presidente.

    Com a perspectiva de condenação e de prisão em regime fechado, a única chance de Bolsonaro evitar longos anos atrás das grades será a política. E provavelmente apenas com uma possível mudança de ventos a partir de 2026.

    3 imagensO ex-presidente Jair Bolsonaro em prisão domiciliarJair Bolsonaro será julgado por tentativa de golpe de Estado Fechar modal.1 de 3

    Jair Bolsonaro será julgado pelo STF por tentativa de golpe militar

    Hugo Barreto/Metrópoles2 de 3

    O ex-presidente Jair Bolsonaro em prisão domiciliar

    Luis Nova/Especial Metrópoles @LuisGustavoNova3 de 3

    Jair Bolsonaro será julgado por tentativa de golpe de Estado

    Breno Esaki/Metrópoles

    A situação lembra a de Lula em 2018. O petista foi preso quando o cenário político indicava uma virada à direita. Em novembro de 2019, com o mundo político disposto a se livrar da Lava Jato, acabou solto por decisão do STF.

    Agora, o recado a Bolsonaro é semelhante. No momento, não há como ele escapar da decisão do Supremo. Mas a conjuntura pode mudar em 2026, especialmente se Lula for derrotado na eleição presidencial.

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    Nesse cenário, caciques do Centrão aconselham Bolsonaro a abandonar o “delírio” de lançar Eduardo Bolsonaro na disputa e a apostar tudo no governador Tarcísio de Freitas, considerado o nome mais forte para derrotar Lula.

    O próprio Tarcísio já afirmou, em diversas entrevistas, que, caso seja eleito presidente da República em 2026, seu primeiro ato seria conceder indulto a Bolsonaro e aos demais condenados no inquérito do golpe.

    Essa, porém, não é a única alternativa. Com os ventos soprando à direita, Bolsonaro poderia contar com maioria no Senado — o que abriria espaço para pressionar por impeachment de ministros do STF.

    Há ainda esperança de que o próprio Supremo, tendo seu caráter político cada vez mais realçado nos últimos anos, possa entender, como foi com Lula, de que o processo contra Bolsonaro teve abusos. E anular as condenações.