O senador Ciro Nogueira (PP-PI) está fazendo um esforço pela união da direita e voltou a se manifestar nas redes sociais nesta sexta-feira (26/9) em meio às tensões dentro da oposição em torno da sucessão presidencial de 2026. Após publicar um texto no X (antigo Twitter) defendendo o fim das brigas entre as diferentes correntes do campo conservador, o parlamentar recebeu resposta irônica do influencer bolsonarista Paulo Figueiredo e rebateu de forma conciliadora, tentando manter o tom de diálogo.
Mais cedo, Ciro Nogueira criticou a falta de articulação entre centro-direita, direita e extrema-direita, afirmando que a divisão pode favorecer uma nova vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. “Ou nos unificamos ou vamos jogar fora uma eleição ganha outra vez. Por mais que tenhamos divergências, não podemos ser cabo eleitoral de Lula, do PT e do PSOL”, escreveu. Veja:
O comentário foi visto como um recado ao bolsonarismo mais radical, que resiste às negociações políticas e acusa integrantes do chamado centrão de atuar em benefício próprio. Em resposta, Paulo Figueiredo ironizou a fala do senador.
“É verdade Ciro. Concordo com a falta de bom senso. Acredita que ainda tem meia dúzia que levam fé em acordos Caracu com o establishment? Que tem velhaco que não entendeu que a crise diplomática com os EUA só tem fim com anistia ampla, geral e irrestrita? É gente sem noção… ”, disse. Veja:
Buscando não escalar a discussão, Ciro respondeu em tom moderado. Ele afirmou respeitar as opiniões de Figueiredo, ainda que discorde de várias delas, e destacou duas preocupações centrais:
“Primeira: a oposição a Chaves imaginava que haveria uma alternância de poder que até hoje nunca aconteceu e o país só derreteu. Segunda: acho uma crueldade deixar um homem de bem e honesto, como Jair Bolsonaro, preso por muito mais tempo, nas condições de saúde em que está, ameaçando a vida dele, caso a oposição não vença as eleições do ano que vem”, escreveu Ciro Nogueira.
Divisão na direita
Uma reportagem do Metrópoles, publicada pela colunista Andreza Matais, trouxe a informação de que o União Brasil e o Progressistas teriam articulado, junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um acordo para lançar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como candidato ao Planalto.
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A divulgação gerou divergências entre grupos da direita nas redes sociais. Tarcísio, no entanto, negou ter recebido apoio formal de Bolsonaro e reafirmou sua intenção de disputar a reeleição em São Paulo.
No Progressistas, o senador Ciro Nogueira se apresenta como um dos principais defensores da candidatura presidencial de Tarcísio em 2026. Há ainda, dentro da sigla, quem defenda que ele próprio ocupe o posto de vice em uma eventual chapa liderada pelo governador paulista.