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    Atos pró-Bolsonaro reúnem milhares antes de semana decisiva no STF

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    O feriado deste 7 de Setembro, que celebra a Independência do Brasil, foi marcado por mobilizações políticas de direita e esquerda Brasil afora. De acordo com o Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a ONG More in Common, o ato pró-Bolsonaro conseguiu ser maior que o da esquerda na Avenida Paulista, em São Paulo. Estima-se que 42, 2 mil pessoas foram ao protesto bolsonarista.

    No Rio de Janeiro, segundo a mesma metodologia, 42,7 mil apoiadores estiveram, na manhã deste domingo, na orla de Copacabana. Os atos de direita defenderam, principalmente, a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro, que livraria também o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de uma possível condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

    Outro alvo dos bolsonaristas foi o ministro do STF Alexandre de Moraes, que foi chamado de “tirano”.

    Em uma semana decisiva no julgamento de Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado — que pode terminar com a condenação do núcleo principal da suposta trama golpista –, os números pressionam e funcionam como termômetros.

    Em termos de comparação, 8,8 mil pessoas estiveram presentes no ato promovido por grupos de esquerda e apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também neste domingo, na Praça da República (SP), segundo o mesmo monitor da USP. O número é quase cinco vezes menor que o de participantes na manifestação bolsonarista.

    16 imagensPastor Silas Malafaia em ato na Avenida PaulistaMichelle Bolsonaro se emociona e chora em ato na Avenida PaulistaSilas Malafaia canta o hino nacional na Avenida PaulistaValdemar da Costa Neto, Silas Malafaia e Tarcísio de Freitas conversam durante manifestação bolsonarista na Avenida PaulistaTarcísio de Freitas na Avenida PaulistaFechar modal.1 de 16

    Manifestantes de direita foram às ruas no Rio de Janeiro

    Tércio Teixeira/Metrópoles — @tercioteixeira12 de 16

    Pastor Silas Malafaia em ato na Avenida Paulista

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    Michelle Bolsonaro se emociona e chora em ato na Avenida Paulista

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    Silas Malafaia canta o hino nacional na Avenida Paulista

    Danilo M. Yoshioka/Metrópoles5 de 16

    Valdemar da Costa Neto, Silas Malafaia e Tarcísio de Freitas conversam durante manifestação bolsonarista na Avenida Paulista

    Sam Pancher/Metrópoles6 de 16

    Tarcísio de Freitas na Avenida Paulista

    Danilo M. Yoshioka/Metrópoles7 de 16

    Reprodução/Youtube8 de 16

    Deputado federal Mário Frias (PL-SP)

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    Tércio Teixeira/Metrópoles — @tercioteixeira110 de 16

    Manifestantes pró-Jair Bolsonaro na Avenida Paulista

    FOTO: Breno Esaki/Metrópoles11 de 16

    No Rio de Janeiro, manifestantes de direita ocuparam as ruas de Copacabana

    Tércio Teixeira/Metrópoles — @tercioteixeira112 de 16

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    Tércio Teixeira/Metrópoles — @tercioteixeira115 de 16

    Apoiadores de Jair Bolsonardo foram às ruas em Brasília

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    Apoiadores de Jair Bolsonardo foram às ruas em Brasília

    VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

    Primeira manifestação após prisão domiciliar

    Com o slogan “Reaja Brasil”, esta é a primeira manifestação desde a decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro e marca o protagonismo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na articulação política pela anistia no Congresso Nacional.

    No palanque, Tarcísio criticou a delação do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, e, pela primeira vez, chamou o ministro Alexandre de Moraes de “tirano”. “Por que vocês estão gritando isso [fora, Moraes]? Talvez porque ninguém aguenta mais a tirania do ministro Moraes”, disse.

    Segundo Tarcísio, não há provas contra Bolsonaro no julgamento por tentativa de golpe de Estado. Afilhado político do ex-presidente, o governador de São Paulo disse que o julgamento está “maculado” e que “a anistia tem que ser ampla”.

    O principal organizador da manifestação bolsonarista deste domingo, o pastor Silas Malafaia também atacou, mais uma vez, Alexandre de Moraes, chamando o ministro do STF de “ditador de toga”, e elogiou a atuação de Tarcísio na articulação política pela anistia, afirmando que o governador se tornou um “leão” na defesa do projeto.

    Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) discursou em meio a lágrimas na Avenida Paulista. Ela começou a chorar ainda durante a fala do pastor Silas Malafaia, pediu desculpas e disse que Bolsonaro está “amordaçado dentro de casa”.

    “Hoje eu choro, eu não queria estar chorando. Mas está pesado demais. Está muito pesado, é muita maldade que estão fazendo com a gente”, disse a ex-primeira-dama. “Quem era para estar aqui era o meu marido, que hoje está amordaçado dentro de casa”, acrescentou Michelle ao se desculpar pela voz embargada e a dificuldade de discursar pelo choro.

    Leia também

    Semana decisiva no STF

    Após a leitura do relatório, manifestação da Procuradoria-Geral de República (PGR) e sustentações orais das defesas dos oito réus do chamado “núcleo crucial” de trama golpista na última semana, os ministros da Primeira Turma do STF começam a votar pela condenação, ou não, dos réus a partir desta terça-feira (9/9) .

    A primeira sessão da segunda semana começará às 9h desta terça, com o voto do ministro Alexandre de Moraes, que é relator da ação penal. O magistrado terá cerca de quatro horas para expor fatos, apontar penas ou absolvição a cada um dos oito réus.

    Em seguida votam os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O último dia do julgamento está previsto para 12 de setembro, uma sexta-feira.

    Depois do voto de todos os ministros, será feita a dosimetria da pena, uma espécie de ajuste dos votos de cada ministro para saber qual será a imputação a cada réu.