O Banco Central da Argentina (BCRA, sigla em espanhol) socorreu o mercado na sexta-feira (19/0) com mais US$ 678 milhões de suas reservas. Essa operação mostra que em apenas três dias o total de dólares vendido chegou a US$ 1,11 bilhão.
O governo Javier Milei adotou a medida para sustentar o peso diante da forte demanda de investidores cautelosos com a instabilidade política no país.
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Segundo cálculos do jornal La Nación, essas vendas entraram no top dez de maiores liquidações, ranking encabeçado pelos US$ 1,472 bilhão que o BCRA, então liderado pelo atual ministro da Desregulamentação, Federico Sturzenegger, sacrificou em 25 de abril de 2018, dia em que começou a corrida cambial que selou o destino do governo de Mauricio Macri.
Foi num dia em que, pelo segundo dia consecutivo, o dólar oficial operou durante toda a sessão contra o teto da banda cambial do país– US$ 1.474,5 na quinta (18/9) e US$ 1.475,32 na sexta – tendo fechado antes de marcar alguns picos intradiários acima, o que obriga o banco a vender em razão do esquema cambial vigente.
O aumento da demanda levou ao maior volume de negociação à vista em quase cinco meses (de 24 de abril até o presente), chegando a US$ 842,6 milhões, em comparação com US$ 590 milhões de e US$ 386 milhões na quarta (17/9), informa o La Nación.
Este montante indica que o BCRA liderado pelo economista Santiago Bausili teve que contribuir com US$ 8 de cada US$ 10 negociados no mercado naquele dia.
Na avaliação do jornal, trata-se de uma proporção que revela o desequilíbrio extremo entre a oferta e a demanda privadas por moeda estrangeira e demonstra os esforços oficiais para recuperar a credibilidade.
“A julgar pela reação desta sexta desde o início das negociações, que revelou um aumento incomum na demanda, ficou claro que o mercado teme que esta oferta oficial seja descontinuada em algum momento ou duvida que, pelo menos a esse preço, haja moeda estrangeira suficiente para atender a todos os potenciais compradores”, explica.