MAIS

    Bove bate boca com deputadas do PSol: “Me chama de agressor, porra!”

    Por

    O deputado estadual Lucas Bove (PL) interrompeu a fala da deputada Mônica Seixas (PSol) e entrou em um bate boca (ver vídeo abaixo) com a colega durante a sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), nesta terça-feira (2/9).

    Durante a discussão, Bove gritou com parlamentares mulheres. “Me chama de agressor, me chama do corrupto, porra!”, disse o deputado.

    Leia também

    As parlamentares, por sua vez, ameaçaram reabrir um processo contra Bove no Conselho de Ética da Casa. Recentemente, o deputado foi absolvido de um pedido de cassação por decoro parlamentar em razão de uma denúncia de agressão feita pela sua ex-esposa, Cíntia Chagas.

    A briga desta começou enquanto Mônica Seixas discursava na tribuna a respeito da nomeação do corregedor-geral do estado Wagner Rosário. A deputada usou o microfone para perguntar se a sua colega, Professora Bebel (PT), estava incomodada com Bove, que conversava com ela na plateia.

    “Ele tem mania, ele fala mesmo, fala com a mão, aquela coisa toda. E é ruim, vamos combinar, vamos nos educar. Eu falo com a mão também. Vamos no educar, porque isso é também uma forma de assédio. É bom que você entenda, Lucas, que nós mulheres, que por mais que agente conquiste espaços, é difícil a gente enfrentar o que tem que enfrentar para ocupar um espaço”. disse a Professora Bebel (PT) a respeito da abordagem do colega Lucas Bove.

    O deputado se incomodou com a pergunta e começou a gritar, dando início ao bate boca. De um lado, Bove, gritava frases como “não se mete nas conversas dos outros, folgada”, enquanto Seixas respondia, também gritando, “ninguém tem medo de você. Está muito acostumado a ser violento com mulher”.

    A briga continuou por alguns minutos. Além de Mônica Seixas, outra parlamentar do PSol, Paula da Bancada Feminista, começou a gritar: “Vai bater em mulher, Lucas?” e “bate com alguém filmando”.

    A oposição ao governo usou a discussão para pedir o adiamento da votação da nomeação de Rosário — o que foi reprovado por 58 votos contra e 14 a favor. Depois da briga, Bove foi ao microfone se desculpar por ter perdido a paciência.

    Caso Cíntia Chagas

    O deputado estadual Lucas Bove (PL) foi acusado de agredir Cíntia Chagas. Ele teria atirado uma faca contra a então esposa, depois que ela se negou a parar de jantar para tirar uma foto com o casal Michele e Jair Bolsonaro (PL), durante o casamento da filha do empresário Paulo Junqueira, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, em agosto de 2024. Segundo a influenciadora relatou no boletim de ocorrência, a perna dela ficou ferida.

    Leia também

    A agressão com arma branca teria sido o estopim para a separação do casal, mas, de acordo com Cíntia, as ameaças começaram mais de dois anos antes, quando os dois ainda eram namorados. No início de setembro do ano passado, a influencer registrou denúncia contra o deputado estadual, mas as acusações só vieram à tona publicamente em outubro.

    Bove é investigado pela Polícia Civil de São Paulo por violência contra a mulher, violência psicológica, ameaça, injúria e perseguição. Atualmente, o deputado está impedido de se aproximar a menos de 300 metros da ex-companheira.

    Ele também não pode ligar, enviar mensagens de texto nem mencioná-la nas redes sociais. O processo tramita na Vara de Violência Doméstica do Fórum do Butantã, na capital.