A exposição ao sol, embora resulte em bronzeamento natural e sensação de saúde pela cor dourada da pele, é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele.
Dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês), da Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que 95% dos casos da doença em adultos são causados pela radiação solar.
No Brasil, o câncer de pele é o tipo mais frequente, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos diagnosticados no país. Os dados reforçam que, mesmo em pequenas doses, o sol pode provocar efeitos cumulativos, com chance de comprometer a saúde da pele a longo prazo.
“Não existe um horário seguro para bronzear-se, o que existe é um risco menor fora do pico”, explica o dermatologista Rodrigo Goudart, da Clínica Nilo Estética Avançada, no Rio de Janeiro.
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Bronzeamento natural
A cor adquirida pela pele no processo de bronzeamento é, na verdade, uma resposta a danos provocados pelos raios ultravioleta (UV), que estimulam a produção de melanina para proteger o DNA das células. A exposição ao sol, mesmo em pequenas doses, causa agressão ao organismo.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia não recomenda o bronzeamento intencional sem proteção solar, já que oferece vários riscos para a saúde da pele. A dermatologista Paola Canabrava, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, comenta sobre os perigos.
“A exposição ao sol pode causar danos na pele, envelhecimento precoce, manchas, vermelhidão, queimadura e predispor a alguns tipos de câncer de pele”, explica Paola.
Entre 10h e 16h, a radiação ultravioleta B (UVB) — um tipo de radiação ultravioleta (UV) — atinge o pico de intensidade, aumentando o risco de queimaduras e dano ao DNA das células. “Antes e depois desse período, a intensidade é menor, mas nunca é isenta de risco”, alerta Goudart.
Principais riscos de se expor ao sol
- Queimaduras e vermelhidão: a pele reage à radiação UV com inflamação, dor e descamação.
- Envelhecimento precoce: a exposição frequente acelera rugas, ressecamento e perda de elasticidade.
- Manchas e hiperpigmentação: áreas expostas ao sol podem desenvolver manchas escuras e irregulares.
- Risco de câncer de pele: a exposição intensa aumenta a probabilidade de carcinomas e melanomas.
- Desconfortos imediatos: coceira, ardência, inchaço e bolhas indicam excesso de exposição.
Cuidados com a pele no bronzeamento natural
A prevenção é a principal estratégia para manter a pele saudável durante o bronzeamento. Por isso, os especialistas reforçam que o uso contínuo de protetor solar é indispensável, independentemente do tipo de pele ou da intensidade da radiação.
A forma como a pele recebe o sol também faz diferença. Exposições curtas e espaçadas causam menos inflamação e danos celulares do que sessões longas em um único dia. Pessoas com pele clara produzem menos melanina, o que as tornam mais suscetíveis a queimaduras, enquanto peles mais escuras toleram períodos maiores de exposição.
Sinais de excesso de sol devem ser observados. Vermelhidão, ressecamento intenso, coceira, ardência, descamação, inchaço ou bolhas indicam que o tempo de exposição já ultrapassou o limite seguro. Medidas físicas, como chapéus de aba larga, óculos escuros com filtro UV e roupas leves, funcionam como barreiras adicionais contra a radiação.
Após a exposição, alguns cuidados ajudam na reparação e na redução da inflamação. Produtos como hidratantes calmantes contendo aloe vera, ácido hialurônico, pantenol ou ceramidas ajudam a restaurar a barreira cutânea e aliviar irritações.
A hidratação e a alimentação também têm papel importante na saúde da pele. Beber água regularmente mantém o organismo e a pele mais resistentes, enquanto alimentos ricos em antioxidantes — como vitaminas A, C e E, betacaroteno e polifenóis — ajudam na neutralização dos radicais livres gerados pelos raios UV.
Como manter a pele bronzeada
Para prolongar o bronzeado de forma mais segura, Goudart recomenda hidratação diária, uso de antioxidantes tópicos e orais, evitar banhos quentes e manter o protetor solar.
“Assim, o paciente protege a pele do envelhecimento precoce e de novos danos, mesmo após a cor adquirida”, conclui Goudart.
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