Um capacete romano de bronze, do tipo Montefortino, foi encontrado em agosto de 2024 no fundo do mar Mediterrâneo, próximo ao arquipélago das Ilhas Égates, na Sicília. A peça, em estado de preservação excepcional, é símbolo do fim da Primeira Guerra Púnica.
O capacete foi localizado a cerca de 170 quilômetros de Palermo por mergulhadores da Society for the Documentation of Submerged Sites durante as buscas em uma das áreas mais decisivas da Antiguidade: o local da Batalha das Ilhas Égates, travada em 241 a.C. Esse confronto encerrou a Primeira Guerra Púnica, impondo a derrota de Cartago e consolidando a presença de Roma na Sicília após 23 anos de conflito.
Leia também
-
Sapatos gigantes de 2 mil anos surpreendem arqueólogos na Inglaterra
-
Arqueólogos descobrem túmulo de antigo rei maia em Belize
-
Arqueólogos acham “canivete” feito com ossos de leão por neandertais
-
Arqueólogos encontram túmulos escondidos há 3 mil anos no Egito
O capacete, caracterizado pelo botão no topo para fixação de plumas, aba projetada semelhante a um boné moderno e protetores laterais para o rosto ainda intactos, é considerado um dos mais completos já recuperados.
Segundo o comunicado oficial da Região da Sicília, publicado em 5 de setembro, trata-se de um achado singular porque exemplifica a resistência dos armamentos romanos mesmo após mais de dois mil anos submersos.
A descoberta se soma a outros cerca de 30 artefatos metálicos resgatados no mesmo sítio arqueológico, incluindo espadas, lanças e dardos. Muitos desses objetos, segundo os arqueólogos, teriam sido lançados ao mar quando um navio romano foi capturado pelos cartagineses e abandonado durante a batalha.
Para Francesco Paolo Scarpinato, Conselheiro para o Patrimônio Cultural e Identidade Siciliana, o achado é mais do que uma peça de museu: “Trata-se de uma conquista extraordinária que representa um recurso fundamental para a identidade e a cultura da Sicília”, afirma em comunicado.
Além do capacete Montefortino, já foram documentados na região aríetes de proa (arma usados em navios de guerra), ânforas (vasos antigos de origem grega) e outros capacetes romanos e cartagineses, todos associados ao mesmo episódio militar. Essas descobertas confirmam as descrições de historiadores antigos sobre a localização e a intensidade da batalha naval.
O artefato é visto como símbolo do fim da guerra púnica justamente porque representa a vitória de Roma em uma batalha que mudou o equilíbrio de poder no Mediterrâneo ocidental.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!