No mesmo dia que o STF começou a julgar Jair Bolsonaro pela suposta trama golpista, caciques do Centrão se reuniram na terça-feira (2/9) em um restaurante no Lago Sul, em Brasília, para festejar.
O motivo da comemoração era o aniversário do deputado Danilo Forte (União-CE). Nas rodas de conversas da festa, caciques do grupo trataram de anistia e discutiram a próxima “faca no pescoço” do governo Lula.
4 imagens
Fechar modal.
1 de 4
Festa de aniversário do deputado Danilo Forte; na foto, o governador Ronaldo Caiado e o deputado Aguinaldo Ribeiro
2 de 4
Festa de aniversário do deputado Danilo Forte, com o presidente da Câmara, Hugo Motta
3 de 4
Festa de aniversário do deputado Danilo Forte;na foto, o presidente do União Brasil, Antonio Rueda
Divulgação4 de 4
Festa de aniversário do deputado Danilo Forte; na foto, líderes da Câmara como Antonio Brito (PSD), Isnaldo Bulhões (MDB); o presidente do MDB, Baleia Rossi, e o relator da PEC das Prerrogativas, Lafayette Andrada.
Divulgação
Uma das propostas discutidas para pressionar a gestão petista foi estabelecer no Orçamento de 2026 um cronograma para obrigar o governo a pagar as emendas parlamentares em datas pré-estabelecidas.
Segundo relatos, ficou acertado que o próprio Danilo Forte, pai da ideia no Orçamento de 2024, vai apresentar uma emenda determinando que o governo terá 90 dias para pagar as emendas após as indicações.
A avaliação do Centrão é de que, se aprovado o cronograma, 2026 deve repetir o recorde de pagamentos de 2024 — que só não foi maior por conta do bloqueio imposto pelo STF no segundo semestre, exigindo transparência.
Em agosto, a coluna já tinha noticiado que aliados de Hugo Motta (Republicanos-PB) viam como inevitável a criação de um calendário para forçar o governo a quitar as emendas antes do período eleitoral de 2026.
Leia também
-
Pressionado para 2026, Carlos Bolsonaro busca Valdemar e governador
-
A dúvida de Lewandowski sobre a cassação de seu visto por Trump
-
Líder do PT coloca mais uma pedra no caminho da anistia
-
Aliados de Bolsonaro apostam que um general pode se safar no STF
A festa de Danilo Forte reuniu algumas das principais lideranças de partidos de centro. Entre elas, Hugo Motta; o ministro do Turismo, Celso Sabino (União); e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e os presidentes do União Brasil, Antônio Rueda; do Republicanos, Marcos Pereira; e do MDB, Baleia Rossi, também marcaram presença.
Corrida presidencial
Outro assunto que dominou as conversas da festa foi a eleição de 2026. Apesar da presença de Caiado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi citado como presidenciável favorito do Centrão.
De acordo com parlamentares presentes na comemoração, a maioria dos partidos de centro já estaria sendo “sugada” pela “força gravitacional” do governador de São Paulo, que é aliado de Jair Bolsonaro.
Caso Tarcísio não seja lançado como candidato do ex-presidente ao Palácio do Planalto, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), apareceria como o favorito para herdar o apoio do Centrão.