Portal Estado do Acre Notícias

Cerrado: a caixa d’água do Brasil (por Mariana Caminha)

cerrado:-a-caixa-d’agua-do-brasil-(por-mariana-caminha)

Cerrado: a caixa d’água do Brasil (por Mariana Caminha)

Depois de amanhã, 11 de setembro, celebra-se o Dia do Cerrado – o segundo maior bioma da América do Sul e, talvez, o mais resiliente do Brasil.

Há pouco tempo aprendi que o Cerrado se espalha por 12 estados brasileiros e pelo Distrito Federal, cobrindo cerca de um quarto do território nacional. Uma vastidão impressionante que, muitas vezes, passa despercebida aos olhos de quem só associa o Brasil à Amazônia ou ao litoral.

Chamam-no de “a caixa d’água do Brasil”, porque é no Cerrado que nascem as águas que alimentam as três maiores bacias hidrográficas da América do Sul: a Amazônica, a do São Francisco e a do Prata. É como se esse bioma, discreto e de aparência seca para quem não o conhece, fosse na verdade um coração pulsante que irriga o continente.

A riqueza é tanta que se fala em mais de 12 mil espécies de plantas, das quais milhares são endêmicas. O Cerrado também abriga animais emblemáticos, como o lobo-guará, o tatu-canastra, a onça-pintada e o tamanduá-bandeira. Mas sua importância não se mede apenas pela biodiversidade: o Cerrado também é lar de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e comunidades tradicionais que resistem e mantêm vivas formas de viver em harmonia com a terra.

Muitos deles estarão reunidos nas próximas duas semanas na Chapada dos Veadeiros, no Encontro de Culturas Tradicionais, que em 2025 chega à sua 25ª edição (www.encontrodeculturas.com.br). O festival já reuniu mais de meio milhão de pessoas ao longo dos anos, promovendo trocas, vivências e diálogos que valorizam a diversidade cultural e a preservação ambiental.

Não por acaso, o desafio da preservação do Cerrado – hoje considerado o bioma brasileiro mais ameaçado, já tendo perdido mais da metade de sua cobertura original – estará no centro das conversas, oficinas e reflexões do encontro. Porque celebrar o Cerrado não é apenas reconhecer sua beleza e vitalidade, mas também assumir o compromisso de lutar por sua continuidade.

Sair da versão mobile