A guaçatonga é uma planta nativa do Brasil, comum em comunidades rurais do Sudeste e Centro-Oeste. Conhecida pelo sabor levemente amargo, ela ganhou espaço na medicina popular no preparo de chás, usados principalmente para aliviar desconfortos digestivos e pequenas inflamações.
Nos últimos anos, o interesse por plantas medicinais ampliou o olhar sobre a planta, o que levou pesquisadores e profissionais de saúde a investigarem seus compostos bioativos e possíveis aplicações.
Além da ação digestiva, a guaçatonga também desperta interesse pelos efeitos cicatrizantes e antioxidantes. Especialistas em nutrição e saúde integrativa ressaltam, porém, que o consumo deve ser feito com cautela e em quantidades moderadas, sem abandonar as terapias indicadas pelos profissionais de saúde.
Principais benefícios do chá de guaçatonga
- Proteção da mucosa gástrica e auxílio na digestão.
- Ação antioxidante e anti-inflamatória.
- Potencial cicatrizante em feridas leves.
- Auxílio na reparação celular e equilíbrio do sistema digestivo.
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Compostos bioativos do chá de guaçatonga
O chá de guaçatonga é associado a efeitos como proteção celular, auxílio na digestão e alívio de desconfortos no estômago. Essas características vêm de substâncias que ajudam a reduzir a ação dos radicais livres — moléculas produzidas pelo corpo ou por fatores externos, como poluição e tabagismo — e diminuir o estresse oxidativo no organismo.
Do ponto de vista técnico, a planta contém fenólicos, taninos e flavonoides — moléculas ligadas à ação antioxidante e anti-inflamatória —, ajudando a explicar porque se tornou tradicional na medicina popular.
No sistema digestivo, por exemplo, os taninos e flavonoides atuam na proteção da mucosa gástrica, o que pode oferecer alívio em casos de gastrite leve, azia e má digestão. Pesquisas também sugerem que os extratos da planta aceleram processos de cicatrização e favorecem a reparação de tecidos, razão pela qual ela é um recurso complementar no tratamento de feridas superficiais.
“Na visão integrativa, o chá de guaçatonga pode ser usado como complemento no tratamento de algumas condições, mas nunca como substituto de terapias médicas já estabelecidas”, aconselha a nutricionista Giovanna Baleeiro, que atende na clínica Doctor Puro, em São Paulo.
A utilização de remédios, chás para emagrecer e diuréticos sem prescrição médica pode ocasionar efeitos colaterais e gerar consequências irreversíveis e, até mesmo, fatais
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Alguns famosos medicamentos são comercializados legalmente e sem a necessidade da retenção de receita. No entanto, não significa que sejam seguros ou eficazes. Pessoas com comorbidades, como hipertensão, diabetes ou hepatite A, alergias ou que tomam outras medicações podem ter sérios problemas, mesmo com os emagrecedores mais “naturais”
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Por isso, só devem ser consumidos quando há indicação médica. Entre os riscos do uso indiscriminado estão dependência química, efeito sanfona e alterações gastrointestinais, cardíacas e renais
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A maioria desses remédios age em receptores cerebrais, reduzindo o apetite e aumentando a saciedade. Alguns também agem como diuréticos, auxiliando na eliminação de líquidos corporais
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Especialistas alertam que, além de chás e ervas não funcionarem no emagrecimento, as substâncias podem ser tóxicas para o fígado e para os rins, que são os dois órgãos do corpo responsáveis pela metabolização e excreção de substâncias e medicamentos
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Os diuréticos são medicamentos que causam aumento do volume de urina e perda urinária de eletrólitos como: potássio, sódio e magnésio, além de água. Quando consumidos em excesso causam desidratação, reduzem a pressão arterial e podem causar arritmias cardíacas
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O consumo de alguns chás pode favorecer o alívio dos sintomas de ansiedade.
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Durante o processo de emagrecimento é preciso mudar o estilo de vida e os hábitos. Por isso, é importante ser orientado por especialistas de educação física, endocrinologistas e nutricionistas
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Como preparar o chá de guaçatonga
O chá de guaçatonga pode ser feito a partir das folhas frescas ou secas da planta. Para o preparo, utilize uma colher de sobremesa de folhas para cada xícara de água. Após ferver a água, desligue o fogo, acrescente as folhas e deixe em infusão por cerca de 5 a 10 minutos.
Depois, basta coar e consumir morno ou em temperatura ambiente. O sabor levemente amargo é característico da planta e pode ser suavizado com algumas gotas de limão ou mel, de acordo com a preferência pessoal.
Contraindicações do chá de guaçatonga
Embora o consumo do chá de guaçatonga ofereça efeitos positivos, ele requer atenção, especialmente em determinados grupos. O excesso de taninos pode causar irritação no estômago e efeito laxativo. Além disso, a planta pode interagir com alguns medicamentos de uso contínuo.
“Gestantes, lactantes, crianças pequenas e idosos devem evitar o consumo sem orientação médica, pois não existem estudos suficientes que comprovem a segurança nessa população”, detalha Laita Babio, médica integrativa do Espaço Hi, em São Paulo.
As especialistas indicam alguns cuidados antes do consumo do chá:
- Evitar o consumo diário ou prolongado: o chá deve ser usado de forma eventual, não como hábito contínuo, para evitar a sobrecarga de taninos no organismo;
- Moderação na quantidade: o recomendado é usar uma colher de sobremesa de folhas frescas por xícara de água, garantindo a ingestão equilibrada dos princípios ativos;
- Preferir folhas frescas ao invés da casca: as folhas concentram a dose adequada de compostos bioativos, enquanto a casca possui maior concentração de substâncias e pode causar efeitos indesejados;
- Consultar médico ou nutricionista antes do consumo: especialmente gestantes, lactantes, crianças e idosos devem buscar orientação profissional para evitar riscos.
- Atenção a possíveis interações com medicamentos: pacientes que usam anticoagulantes, quimioterápicos ou outros medicamentos contínuos devem informar o profissional de saúde antes de consumir o chá.
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