O delegado Rodolfo Rabelo, responsável pelo caso em que uma mãe foi flagrada agredindo a própria filha de dois anos, informou em coletiva de imprensa que a mulher chutou o rosto da criança e a jogou contra a parede. O caso ocorreu em Belo Horizonte (MG), e Rabelo alegou que pretende investigar a mulher pelos crimes de violência doméstica e tortura.
O pai da criança desconfiava que a mãe vinha agredindo a filha e decidiu instalar uma câmera no quarto onde a mulher dormia, flagrando a violência. Apesar de estarem separados, os dois ainda vivem na mesma casa.
O que aconteceu?
- Uma mulher de 22 anos foi presa no domingo (31/9), em Belo Horizonte (MG), após ser flagrada agredindo a própria filha de dois anos. As agressões foram registradas por uma câmera escondida instalada pelo pai da criança em um dos quartos da casa da família.
- Nesse domingo, o pai conseguiu registrar imagens da mãe sufocando a filha contra a cama e, em seguida, jogando-a contra a parede e desferindo um chute.
- A criança é gêmea de um menino, e apenas ela sofria agressões da mãe.
- A mulher foi presa e optou por permanecer em silêncio durante o depoimento na Polícia Civil.
As imagens registradas pelo pai mostram o momento em que a mulher afunda o rosto da criança no colchão. Em seguida, a menina perde o equilíbrio, cai no chão e é chutada pela mãe. O delegado relatou que a criança levou um chute no rosto.
Confira:
Rabelo informou que o pai desconfiava das agressões porque a menina frequentemente aparecia machucada. A criança é gêmea de um menino, mas apenas ela apresentava lesões graves. Sempre que questionada, dizia que os ferimentos eram causados pelo irmão.
De acordo com o delegado, o pai relatou que a filha já havia aparecido com hematomas no olho e outras lesões. Há cerca de um ano, a menina sofreu uma fratura no fêmur. Na ocasião, o pai procurou o Conselho Tutelar do Barreiro em busca de auxílio psicológico, mas não obteve retorno.
“Quando a criança quebrou o fêmur, em Ribeirão das Neves, o pai não tinha a menor ideia de que havia sido a mãe”, relatou o delegado.
Ele afirmou que, além do crime de violência doméstica contra a filha, o caso também se enquadra como crime de tortura.
“A gente tem que ter em mente que a criança sofreu de forma excessiva. Por isso, entendo que pode se caracterizar como crime de tortura. […] Ela colocou o rosto da filha contra a cama; é a mesma coisa que afogar uma pessoa: fica sem respirar. Para mim, não é só violência doméstica, ela causou um sofrimento muito grande para uma criança. Pretendo indiciá-la por violência doméstica e tortura”, apontou o delegado.
As autoridades irão investigar as demais lesões que, segundo o pai, teriam sido causadas pela mãe.
Desentendimentos
Ao ser presa, a mãe chegou a relatar desentendimentos com o marido, mas, na delegacia, permaneceu em silêncio. Aos policiais militares, contou que o marido não queria que ela trabalhasse, desejava que ficasse apenas cuidando das crianças e que o casal estava se separando.
O pai questionou sobre possíveis agressões à mãe, mas não obteve resposta. Rabelo afirmou que a única vítima do caso seria a criança.
O delegado também destacou que fatores como cansaço ou estresse não justificam agressões a uma criança: “Ela sufoca a criança. Chuta o rosto. Não é só uma agressão para repreender o filho”.
“As autoridades policiais do plantão entregaram a filha para o pai. Ele que ficou com a guarda da menina”, completou Rabelo.
Relações sexuais
A mãe relatou aos policiais de plantão que o pai queria apenas sustentar a casa financeiramente, enquanto ela cuidaria das crianças. Ela disse ainda que enviou mensagens pedindo que ele ajudasse nos cuidados com os filhos, mas o pai teria respondido que o casal precisava manter relações sexuais.
O delegado afirmou que enviará o relatório à Delegacia da Mulher para as devidas diligências.