O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta terça-feira (16/9) para discutir o patamar da taxa de juros do Brasil, que atualmente está em 15% ao ano. Na última reunião, em julho, houve estabilização da alta na taxa Selic após ciclo de aperto monetário por sete reuniões seguidas.
O anúncio da decisão do colegiado será feito nesta quarta-feira (17/9), e o mercado financeiro espera manutenção da Selic em 15% até, pelo menos, o final deste ano.
Entenda os juros no Brasil
- A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação.
- Os integrantes do Copom são responsáveis por decidir se vão cortar, manter ou elevar a taxa Selic, uma vez que a missão do Banco Central (BC) é controlar o avanço dos preços de bens e serviços do país.
- Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país.
- Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores.
- Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula (PT) e o mandato do presidente Gabriel Galípolo à frente do BC.
- A próxima reunião do Copom está prevista para os dias 4 e 5 de novembro.
A expectativa do mercado está ancorada nas sinalizações do BC sobre o assunto. No último comunicado, o Copom afirmou que o cenário atual está marcado por incertezas e exige cautela na condução da política monetária.
“Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma continuação na interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, disse o texto.
O colegiado afirmou, ainda, que seguirá vigilante e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.
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O que favorece a manutenção da taxa de juros
Entre os fatores que justificam a manutenção da taxa, segundo o Copom, estão a desaceleração gradual da atividade econômica, o processo, ainda que lento, de reancoragem das expectativas de inflação e a acomodação dos dados de crédito, que têm reagido de forma condizente com o estágio atual do ciclo de política monetária.
Conforme projeção da Warren Investimentos, o início do ciclo de cortes deve ocorrer na primeira reunião de 2026, em janeiro. A estimativa é que ocorra redução de 25 pontos-base, ficando em 14,75% ao ano. Já o C6 Bank projeta que o corte na taxa de juros deve acontecer, somente, em março de 2026, finalizando o ano em 13%.
No mercado financeiro, é unanimidade que o Copom deve manter a taxa de juros em 15%. No entanto, a atenção estará voltada para as sinalizações no comunicado.
“Acreditamos que o comitê vai fazer um pequeno ajuste na comunicação e afirmar que o cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado – ao invés de período bastante prolongado – para assegurar a convergência da inflação à meta”, afirmou o C6 Bank por meio de nota.