O Brasil, ao longo de sua história, foi palco de assaltos a bancos que mais parecem roteiros de cinema. Ações ousadas, planejamentos meticulosos e cifras milionárias marcaram a crônica policial e deixaram um rastro de perplexidade e insegurança. Conheça em detalhes os cinco maiores e mais impressionantes assaltos a bancos que já ocorreram no país.
Banco Central de Fortaleza (2005)
O maior assalto a banco da história do Brasil não envolveu um único tiro. Em um fim de semana de agosto de 2005, uma quadrilha de criminosos conseguiu levar R$ 165 milhões do cofre do Banco Central em Fortaleza, no Ceará. A ação, que durou da noite de sexta-feira até o meio-dia de sábado, só foi descoberta na manhã de segunda-feira, quando os funcionários do banco se depararam com o cofre arrombado e vazio.
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A audácia dos criminosos foi sem precedentes. Durante três meses, eles cavaram um túnel de 80 metros de comprimento, que partia de uma casa alugada nas proximidades e chegava diretamente ao cofre do banco. O túnel, uma verdadeira obra de engenharia do crime, contava com sistema de iluminação elétrica e até ar-condicionado. A casa, que servia de fachada, abrigava uma empresa de venda de grama sintética, uma fachada para justificar a movimentação de terra e material de construção.
As investigações da Polícia Federal, que se seguiram ao furto, revelaram uma trama complexa, envolvendo mais de 120 pessoas. Ao todo, 119 réus foram condenados em 28 processos, com penas que variaram de 3 a 170 anos de prisão. No entanto, a maior parte do dinheiro nunca foi recuperada.
Estima-se que, no máximo, R$ 60 milhões tenham sido reavidos, entre bens comprados pelos criminosos e valores em espécie. O mentor do furto, Antônio Jussivan Alves dos Santos, o “Alemão”, foi preso e cumpre pena em um presídio federal de segurança máxima.
Itaú da Avenida Paulista (2011)
Em pleno coração financeiro do país, na Avenida Paulista, em São Paulo, ocorreu um dos assaltos mais ousados da história do Brasil.
Em agosto de 2011, uma quadrilha invadiu a agência do Itaú Personnalité e, em uma ação que durou cerca de 10 horas, arrombou 171 cofres particulares, levando uma quantia estimada em R$ 100 milhões em joias, dinheiro e outros objetos de valor. O crime foi classificado pelo Poder Judiciário como o “mais ousado assalto a banco da história do Brasil”.
Os criminosos, que se passaram por uma equipe de manutenção, renderam os seguranças e tiveram tempo de sobra para escolher os cofres que seriam arrombados. A ação só foi descoberta na manhã seguinte, quando os funcionários chegaram para trabalhar. A investigação, complexa e demorada, levou à prisão de alguns dos envolvidos, mas a maior parte do que foi roubado nunca foi recuperada.
Prosegur (2017)
Apesar de ter ocorrido no Paraguai, o assalto à transportadora de valores Prosegur, em Ciudad del Este, em abril de 2017, foi planejado e executado por uma facção criminosa brasileira, o Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime, que ficou conhecido como o “roubo do século”, envolveu cerca de 50 criminosos, que usaram fuzis, metralhadoras e explosivos para invadir a empresa e levar cerca de US$ 40 milhões (aproximadamente R$ 125 milhões na época).
A cidade de Ciudad del Este, que faz fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná, viveu uma noite de terror. Os criminosos incendiaram carros, bloquearam ruas e trocaram tiros com a polícia. Um policial paraguaio foi morto durante o confronto. A fuga da quadrilha foi cinematográfica, com perseguições e tiroteios que se estenderam até o lado brasileiro da fronteira. Vários dos envolvidos foram presos nos dias seguintes, em uma grande operação conjunta das polícias do Brasil e do Paraguai.
Banco do Brasil de Criciúma (2020)
Em dezembro de 2020, a cidade de Criciúma, em Santa Catarina, foi sitiada por uma quadrilha de cerca de 30 criminosos, em uma ação típica do chamado “novo cangaço”. Fortemente armados com fuzis e explosivos, os assaltantes aterrorizaram a cidade por quase duas horas, atacando o batalhão da Polícia Militar e explodindo a agência do Banco do Brasil. O valor roubado não foi divulgado, mas estima-se que tenha sido uma quantia milionária.
Os criminosos fizeram reféns, que foram usados como escudo humano, e espalharam pânico pela cidade. A ação, extremamente violenta, foi planejada nos mínimos detalhes, com a quadrilha demonstrando um alto grau de organização e poder de fogo. As investigações posteriores levaram à prisão de vários suspeitos, mas o crime deixou um rastro de medo e insegurança na população.
Banco do Brasil de Araçatuba (2021)
Em agosto de 2021, a cidade de Araçatuba, no interior de São Paulo, viveu uma madrugada de terror, em mais uma ação do “novo cangaço”. Cerca de 20 criminosos, fortemente armados, atacaram três agências bancárias, entre elas a do Banco do Brasil, e usaram reféns como escudo humano, amarrando-os nos capôs e tetos dos carros durante a fuga. Três pessoas morreram na ação, entre elas um dos criminosos.
Os assaltantes usaram drones para monitorar a movimentação da polícia e espalharam explosivos pelas ruas da cidade para dificultar a perseguição. A violência e a crueldade da ação chocaram o país. As investigações levaram à prisão de alguns dos envolvidos, mas o crime evidenciou, mais uma vez, a ousadia e a periculosidade das quadrilhas especializadas em assaltos a bancos no Brasil.