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    De “homem agradável” a “excelente química”: Trump expôs Lula na ONU

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    “Ridícula, motivo de risada, terrível, horroroso, patéticas, piada, desastre, golpe, pura besteira, burra, incompetência, censura, repressão, perseguição política, assassinos, traficantes.”

    A lista do presidente Donald Trump em seu discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU o credencia para participar de um curso de comunicação não violenta.

    Sobrou até para o teleprompter e para a escada rolante. “Tá vendo? Algumas coisas que eu tenho da ONU: uma escada rolante que não funciona e um teleprompter que não funciona”, irritou-se.

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    Ao mesmo tempo, Trump mostrou ao mundo o que é ter uma “autoestima de milhões”. “Tem uma campanha que diz: ‘O Trump estava certo sobre tudo’. Eu não quero me gabar muito, mas é verdade. Eu tenho estado certo sobre tudo”, informou, sem corar.

    Enquanto que a postura relaxada no púlpito, com o corpo caído para o lado, indicou a “importância” que Trump dá ao evento.

    Na plateia, o presidente Lula tentou demonstrar pouco caso com o discurso do colega, rindo e conversando com a primeira-dama, Janja, e sem usar o tradutor – como não fala inglês deixou claro que tinha mais o que fazer.

    Minutos antes, o petista havia inaugurado os trabalhos impostando a voz, dando soquinhos na mesa e deixando muitos recados para Trump de que o Brasil não irá aceitar interferência na sua soberania. Seguiu o script e garantiu imagem (com direito a aplausos do mundo) para sua campanha à reeleição em 2026.

    Até que Trump colocou azeitona na empada de Lula ao entregar, na sequência, que os dois haviam conversado pela primeira vez na vida “por 30 segundos”, informação que Lula ignorou no seu discurso. Trinta segundos suficientes para, segundo Trump, demonstrar que as alfinetadas ficaram apenas para frente das câmeras.

    “Conversamos…concordamos em nos encontrar na próxima semana. Ele parece um homem agradável. Eu gosto dele, ele gosta de mim. Tivemos uma excelente química. Isso é um bom sinal”, disse Trump.

    Coube ao chanceler Mauro Vieira disfarçar. Segundo ele, Lula é “muito ocupado” e o encontro com Trump será virtual.