O dólar operava em baixa na manhã desta sexta-feira (5/9), na última sessão da semana, em um dia no qual as atenções dos investidores estão concentradas na divulgação dos dados oficiais de emprego nos Estados Unidos em agosto.
Nos últimos dias, uma série de indicadores sobre a economia norte-americana apontaram para certo arrefecimento da atividade econômica no país, o que aumentou a expectativa pelo início do ciclo de queda de juros.
Dólar
- Às 9h16, o dólar caía 0,44%, a R$ 5,424.
- Mais cedo, às 9h04, a moeda norte-americana recuava 0,24% e era negociada a R$ 5,435.
- Na véspera, o dólar terminou a sessão em leve baixa de 0,09%, cotado a R$ 5,472.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 0,47% no mês e perdas de 11,85% no ano frente ao real.
Ibovespa
- As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
- No dia anterior, o indicador fechou o pregão em alta de 0,81%, aos 140,9 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula queda de 0,31% em setembro e alta de 17,21% em 2025.
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“Payroll”
O grande destaque do dia para o mercado financeiro é a divulgação, por parte do Departamento Trabalho, dos dados do chamado “payroll” nos EUA – indicador econômico mensal que mostra a evolução do emprego no país fora do setor agrícola.
O relatório, divulgado pelo Bureau of Labor Statistics (BLS), é considerado determinante para as avaliações sobre o desempenho da economia norte-americana.
De acordo com a média das estimativas de analistas do mercado, os EUA devem registrar a criação de 75 mil novas vagas de trabalho em agosto, ante 73 mil do mês anterior. Caso o dado se confirme, será o quarto mês consecutivo com resultados inferiores a 100 mil empregos – o ritmo mais fraco do mercado de trabalho norte-americano desde a pandemia de Covid-19.
Em relação à taxa de desemprego no país em agosto, o mercado espera que ela seja de 4,3%, praticamente estável em relação a julho (4,2%).
Aposta em corte de juros
A força do mercado de trabalho nos EUA é um dos componentes considerados pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) para definir a taxa de juros e esfriar a demanda na economia a fim de combater a inflação.
Analistas temiam que uma possível aceleração do mercado de trabalho nos EUA levasse a um novo aperto da política monetária pelo Fed. Nesse sentido, os dados fracos do mercado de trabalho podem ser até considerados positivos, por sinalizarem maior espaço para a queda dos juros no país.
Atualmente, a taxa de juros nos EUA está no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano, mas a maioria dos analistas do mercado aposta no início do ciclo de cortes já a partir da próxima reunião da autoridade monetária, neste mês de setembro. A expectativa é que haja uma queda de 0,25 ponto percentual nos juros.
A taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação. Segundo dados do Departamento do Trabalho, a inflação nos EUA ficou em 2,7% em julho, na base anual. Na comparação mensal, o índice foi de 0,2%.
A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano. Embora não esteja nesse patamar, o índice vem se mantendo abaixo de 3% desde julho de 2024.
A próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed está prevista para os dias 16 e 17 de setembro.