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    Eduardo Bolsonaro será julgado este ano (por Mirian Guaraciaba)

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    Bolsonaristas estão perdidos em meio a tantas novidades. O chefe da gangue condenado a 27 anos de cadeia, os comparsas idem, penas um pouco menores. Eduardo Bolsonaro, indiciado pela Polícia Federal por coação no curso do processo dos golpistas, será julgado pelo STF antes de dezembro. E como se não bastasse, Valdemar da Costa Neto admitiu que houve plano de golpe de estado, anulando qualquer possibilidade de revisão das sentenças.  Depois, desmentiu o que disse, diante da gritaria dos aliados.

    Há chances de aprovação do projeto de anistia dos criminosos no Congresso, não em 2025. Não há consenso, não há tempo. E, caso aconteça,  será vetado por Lula e revisto necessariamente pelo STF. Alguns Ministros da Corte já se anteciparam: “Os crimes julgados são insuscetíveis de indulto e anistia”. A opinião pública também pesará sobre o congresso (sempre tão mal avaliado). Rejeitam a tese 54% dos eleitores – 39% apoiam, diz o DataFolha.

    Advogados experientes acreditam que, até dezembro, todos devem estar atrás das grades. Os generais golpistas, o almirante e o capitão Bolsonaro ainda sofrerão o julgamento do Superior Tribunal Militar. De posse das sentenças, o STM dirá se eles são dignos de continuarem com suas patentes. Fonte graduada da área não acredita na punição. O espírito de corpo é muito forte.

    De qualquer forma, o fim do caso está próximo. O filho “babaca que fala um monte de merda e faz discurso nacionalista”, será o próximo a ser julgado. Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde 27 de fevereiro, matando trabalho, fazendo campanha contra o Brasil, com graves prejuízos à economia brasileira, recebendo salários e mantendo funcionários em seu  gabinete a $ 128 mil mensais. Malafaia tem razão: Eduardo é babaca, idiota. Seu partido tenta salvá-lo, nomeando-o líder da bancada. Acham que assim terá suas faltas justificadas.

    O certo é que o Natal e o Réveillon de 2025 serão muito diferentes de 2022 e início de 2023, quando fomos surpreendidos pelo radicalismo e vandalismo bolsonaristas. Já nos livramos de parte da corja. O resto vem. Um passinho à frente para caber todo mundo. Vai ser divertido.

    Apocalipse nos Trópicos – A cineasta Petra Costa foi cirúrgica no tratamento das relações espúrias entre política e igreja, em seu segundo documentário sobre democracia brasileira. Ontem, Eduardo Paes deu RG ao assunto. Custei a acreditar no discurso que o Prefeito fez do púlpito da Assembléia de Deus Vitória em Cristo, em comemoração do aniversário de Silas Malafaia. Não se satisfez com votos de feliz aniversário. “Mexeu com Silas, mexeu comigo. Meu Pastor”, enalteceu Paes, e deu vivas à amizade que os une há mais de 20 anos. Indisfarcável e desbragada caça ao voto para governo do Estado. Em 2024, Paes foi a única saída de voto para a prefeitura. Os outros candidatos eram abaixo da critica. Ou não tinham chance. Em 2026, não será, nem que seja de novo a única opção de voto.

     

    Mirian Guaraciaba é jornalista