O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), subiu o tom contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e criticou os esforços levados a cabo por importantes lideranças políticas alinhadas ao bolsonarismo para que o Congresso Nacional aprove uma anistia aos envolvidos nos ataques aos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
Teixeira participou neste domingo (7/9) de um ato promovido por grupos de esquerda e apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Praça da República, no centro de São Paulo. Em cima do palanque, o petista apareceu vestido com a camisa amarela da Seleção Brasileira de futebol – marca registrada de manifestações pró-Bolsonaro e da direita nos últimos anos.
“Eu vim hoje de amarelo porque nos últimos anos a extrema-direita usou amarelo, mas foi bater continência para a bandeira americana. O verde-amarelo é do povo, quem manda no Brasil é o povo brasileiro e quem diz o que é a Justiça é o Supremo Tribunal Federal, não os Estados Unidos”, afirmou o ministro.
Antes de discursar, Teixeira falou com jornalistas sobre a articulação bolsonarista no Congresso Nacional pela anista e sobre as sanções aplicadas pelo governo dos Estados Unidos contra o Brasil.
“Hoje é um dia muito importante em defesa da nossa soberania, que está sendo atacada de maneira vil por um país estrangeiro”, afirmou o ministro de Lula.
Segundo o petista, “o Brasil sempre foi parceiro dos EUA e do nada, para defender um meliante, o presidente dos EUA aumenta as tarifas contra os produtos brasileiros, prejudicando a economia americana e o povo americano”.
O governo de Donald Trump taxou grande parte dos produtos exportados pelo Brasil aos EUA em 50% e justificou a medida por questões políticas. De acordo com a Casa Branca, Bolsonaro estaria sendo vítima de uma “perseguição” da Justiça brasileira.
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Manifestantes de esquerda se reuniram na Praça da República, em São Paulo
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Ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho
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Ivan Valente(PSOL)
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Ruas de São Paulo foram ocupadas por manifestações
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Judiciário vai “cumprir seu papel”
Jair Bolsonaro é um dos oito réus que estão sendo julgados desde a semana passada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado, em 2022, além de ataques às instituições e ao Estado Democrático de Direito.
Quatro sessões do julgamento estão previstas para esta semana, entre terça-feira (9/7) e sexta-feira (12/9), quando a análise do caso no colegiado deve ser concluída.
Segundo Paulo Teixeira, a Justiça vai “cumprir o seu papel” no julgamento da trama golpista. “Nada vai demover o Judiciário brasilero de cumprir o seu papel porque o Brasil não vai aceitar ameaças dessa natureza”, disse.
“O Judiciário deve condenar aqueles que tentaram um golpe contra o Brasil, e os EUA têm de saber que nós somos um país altivo, soberano, temos um presidente da República que defende o nosso país e que vamos continuar no caminho de diminuir as desigualdades sociais”.
Anistia “não vingará”
Em seu discurso no ato da esquerda em São Paulo, o ministro do Desenvolvimento Agrário manteve o tom de falas de outros políticos – como o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) – e criticou o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por tentar costurar uma eventual anistia aos condenados pelo 8 de janeiro.
“O governador de São Paulo deveria defender a economia de São Paulo, que está sendo prejudicada pelo tarifaço norte-americano, e não sair daqui para defender um meliante no Congresso Nacional”, afirmou Teixeira.
“Essa anistia não vingará. A sociedade brasileira não a quer, o Congresso não a aceitará. E se, porventura, houver um equívoco, não prosperará porque o presidente da República vetará”, completou o petista.
Em entrevista recente, Tarcísio disse que, caso seja eleito presidente da República em 2026, seu primeiro ato seria conceder uma eventual anistia a Jair Bolsonaro. Paulo Teixeira disse que isso não ocorrerá porque o governador paulista não será o próximo presidente.
“Se ele for candidato [à Presidência], a gente vai ganhar o Brasil e ganhar o governo do estado de São Paulo também”, ironizou Teixeira.