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Empresário preso pela PF pagou R$ 25,5 milhões ao Careca do INSS

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Empresário preso pela PF pagou R$ 25,5 milhões ao Careca do INSS

Empresas ligadas ao empresário Maurício Camisotti (esq. na foto de destaque) repassaram ao menos R$ 25,5 milhões ao lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, segundo investigação da Polícia Federal (PF). Os dois foram presos nesta sexta-feira (12/9).

A PF identificou que o lobista recebeu R$ 30 milhões de associações ligadas à Farra do INSS, esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, revelado pelo Metrópoles. Entre elas, estão a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), o Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap) e União Nacional dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Unsbras ou Unabrasil), que, juntas, faturaram R$ 852 milhões em descontos sobre aposentadorias.

As entidades têm em suas diretorias funcionários e parentes do empresário Maurício Camisotti, apontado como controlador delas e dono de empresas de seguros e planos de saúde que receberam milhões de reais das associações. Nas quebras de sigilo bancário, consta que a Ambec transferiu R$ 11,9 milhões ao Careca do INSS. A Cebap enviou R$ 12,6 milhões.

Nos autos da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril, não constam pagamentos à Unsbras, mas o lobista também recebeu procuração da associação, como mostram documentos do processo que levou o INSS a firmar acordo com a associação. Outras duas associações ligadas a Camisotti, a Onap e a Urap, que não chegaram a firmar acordo com o INSS, também deram procuração a Antunes.

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Além disso, a investigação aponta que Camisotti usou sua corretora de seguros, chamada Benfix, para pagar R$ 1 milhão à empresa de consultoria do Careca do INSS.

O que diz a defesa

A defesa do empresário Maurício Camisotti afirma que não há qualquer motivo que justifique a prisão dele desta sexta-feira no âmbito da operação relacionada à investigação de fraudes no INSS. Os advogados disseram que houve “arbitrariedade cometida durante a ação policial”.

“Camisotti teve seu celular retirado das mãos no exato momento em que falava com seu advogado. Tal conduta afronta garantias constitucionais básicas e equivale a constranger um investigado a falar ou produzir prova contra si próprio”, disse, em nota.

“A defesa reitera que adotará todas as medidas legais cabíveis para reverter a prisão e assegurar o pleno respeito aos direitos e garantias fundamentais do empresário”, completou.

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