O empresário Rafael Renard Gineste, suspeito de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e alvo da Operação Tank, deflagrada pela Polícia Federal na última quinta-feira (28), fez doações eleitorais que somam R$ 6 mil ao Diretório Estadual do PSD no Paraná durante as eleições municipais de 2024.
Atualmente, o PSD do Paraná tem como “presidente licenciado” o governador Ratinho Júnior. O comando formal da sigla está com o deputado federal eleito Sandro Alex, secretário de Infraestrutura e Logística no governo estadual.
Empresário suspeito de ligação com o PCC doou para o PSD-PR
De acordo com registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os repasses foram feitos por Pix em duas transferências: uma de R$ 4,5 mil, no dia 26 de agosto daquele ano, e outra de R$ 1,5 mil, em 5 de setembro.
A reportagem procurou o PSD, por meio da assessoria, mas não obteve resposta. A defesa de Gineste também não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestações.
Empresário investigado por ligação com o PCC tentou fugir em lancha
Gineste é sócio-administrador da F2 Holding Investimentos, uma das empresas investigadas na megaoperação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), pela Receita Federal e pela PF contra as atividades do PCC nos setores de combustíveis e financeiro.
Na manhã de quinta-feira, ele tentou escapar da PF escondendo-se em uma lancha de luxo ancorada na praia de Bombinhas (SC). Mesmo assim, foi identificado e preso. Segundo os agentes, Gineste integrava o núcleo financeiro da organização criminosa. Além da F2 Holding, está vinculado a outras pessoas jurídicas, incluindo postos de combustíveis — outro foco da investigação.
Em vídeo da abordagem, exibido pelo Fantástico, o empresário aparece de camiseta branca na parte de trás da embarcação. De acordo com a PF, ele teria jogado o celular no mar ao ser surpreendido.
Em 2016, Gineste já havia sido condenado no âmbito da Operação Publicano, do Ministério Público do Paraná, que investigou o pagamento de propina a auditores fiscais estaduais em troca da redução de tributos. Na ocasião, recebeu pena de quatro anos e oito meses de prisão por corrupção ativa.