Controlar a pressão arterial depende de escolhas diárias. Cientes da importância das pessoas se manterem vigilantes, a Associação Americana do Coração (AHA) e o Colégio Americano de Cardiologia (ACC) divulgaram novas diretrizes que mudam a forma de pensar tanto o tratamento quanto a prevenção da hipertensão.
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O relatório, publicado no início de agosto na revista Circulation, enfatiza que cuidar do coração deve começar cedo, mesmo antes de um diagnóstico clínico — começando pela atenção no consumo de sódio e álcool na rotina diária.
Entenda
- As regras de 2025 estabelecidas pela a Associação Americana do Coração (AHA) e pelo Colégio Americano de Cardiologia (ACC) substituem as diretrizes de 2017. A atualização dá ênfase à prevenção e ao tratamento precoce.
- Os especialistas da Associação Americana do Coração (AHA) e o Colégio Americano de Cardiologia (ACC) recomendaram que pessoas de todas as idades reduzam o sódio ao mínimo possível. O ideal é que que o consumo se restrinja a menos de 2.300 mg de sódio por dia.
- Para atingir essa meta, os especialistas sugerem o uso de substitutos de sal à base de potássio, desde que não haja contraindicações médicas, como doença renal crônica.
- Outra mudança significativa envolve o álcool. Em 2017, ainda havia uma margem de tolerância — até uma dose por dia para mulheres e duas para homens. Agora, os especialistas deixam claro que a recomendação mais segura é não consumir.
Novas diretrizes para o tratamento e prevenção da pressão alta
Considerando o cenário brasileiro, as recomendações recentes chegam em boa hora. De acordo com a pesquisa Vigitel 2023, a hipertensão atinge 27,9% da população, com maior prevalência entre mulheres (29,3%) do que entre homens (26,4%), crescendo progressivamente com a idade.
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Dispor de uma alimentação balanceada e praticar atividade física ajudam a controlar a pressão arterial e o colesterol alto
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Para entender como mudanças na alimentação e nos hábitos podem impactar diretamente a saúde, especialmente o controle da pressão arterial, a coluna Claudia Meireles conversou com o nutricionista clínico Matheus Maestralle.
Segundo ele, a ênfase na prevenção precoce é um dos pontos-chave do relatório. “Não se trata apenas de quem já tem pressão alta. A ideia é começar ainda na juventude a adotar um estilo de vida equilibrado, com alimentação variada, prática regular de atividade física, controle do peso e abandono do tabaco”, reforça.
O papel da alimentação no controle da condição
No que diz respeito à alimentação, Maestralle destaca a importância de adotar o plano alimentar Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH), em tradução livre, abordagens dietéticas para parar a hipertensão, citado no relatório.“Em resumo, a dieta se baseia em incluir mais frutas, verduras, legumes, grãos integrais, laticínios magros, oleaginosas e proteínas magras na rotina diária”, explica.
Outro detalhe importante está no maior aporte de nutrientes, como potássio, magnésio e cálcio. “A presença de alimentos ricos nesses compostos ajuda a controlar a pressão e dialoga bem com a dieta sugerida, já que encontramos esses nutrientes em frutas, verduras, leguminosas e sementes”, avalia o nutricionista.
Se, por um lado, existem opções que favorecem o equilíbrio da pressão, por outro há alimentos que permanecem sendo “vilões” da saúde cardíaca. “Limitar o consumo de ultraprocessados é essencial para a prevenção da doença. Esses alimentos são ricos em sódio, açúcares e gorduras trans — fatores intrinsecamente ligados ao surgimento de doenças do coração”, reforça Maestralle.
O excesso desses alimentos na rotina impulsiona ainda o aumento de peso — outro fator de risco que sobrecarrega o sistema cardiovascular. “É preciso criar estratégias para reduzir o excesso de peso. Evidências mostram que uma redução de 5 a 10% em pessoas obesas já ajuda a diminuir significativamente a pressão arterial”, alerta.
Atividade física regular
Maestralle lembra que manter o corpo em movimento é outra recomendação importante para regular a pressão. “Atividades aeróbicas regulares, como caminhada, corrida, bicicleta e natação, são bastante vantajosas. O ideal é que a atividade seja feita de forma moderada e pelo menos 150 minutos por semana”, aponta o expert.
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Aos adeptos da musculação, o nutricionista indica que a assiduidade seja de duas a três vezes por semana, associado aos treinos aeróbicos, que também contribui para o controle da pressão. “Atividades de relaxamento também causam impacto. Práticas como ioga, respiração profunda e meditação ajudam a reduzir o estresse e manter os níveis da pressão estáveis”, assegura.
O especialista lembra ainda que sono e estresse têm forte repercussão sobre a saúde cardiovascular.
“Dormir entre sete e nove horas por noite é essencial, já que a privação do sono eleva o risco de hipertensão. Gerenciar o estresse com equilíbrio entre trabalho, lazer e hábitos saudáveis é igualmente importante”, conclui.
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