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    Europa apresenta 19º pacote de sanções contra a Rússia

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    A Comissão Europeia anunciou, nesta sexta-feira (19/9), a apresentação do 19º pacote de sanções contra a Rússia, em resposta à intensificação dos ataques de Moscou à Ucrânia e às violações do espaço aéreo de países da União Europeia. O novo conjunto de medidas será submetido à aprovação dos Estados-membros.

    A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que as sanções visam reforçar o isolamento econômico do Kremlin e cortar as receitas que sustentam a máquina de guerra russa.

    Entre os pontos centrais do pacote estão a proibição de importações de gás natural liquefeito (GNL) russo no mercado europeu, restrições mais severas ao uso de criptomoedas para driblar sanções e a inclusão de novos bancos russos em listas de bloqueio de transações.

    “É hora de fechar a torneira. Nossos esforços para diversificar o fornecimento e investir em energia limpa nos permitem agora cortar de vez essa dependência”, disse Von der Leyen.

    Segundo ela, o bloco também decidiu reduzir o teto de preços do petróleo bruto russo para US$ 47,6 e sancionar mais 118 navios ligados à chamada “frota fantasma”, usada por Moscou para burlar embargos energéticos.

    A ofensiva do bloco europeu acontece em meio a uma escalada recente da Rússia, que lançou alguns dos maiores ataques de mísseis e drones contra Kiev desde o início da guerra, além de ter violado o espaço aéreo de Polônia e Romênia com drones.

    Além da energia, o pacote atinge diretamente empresas e plataformas ligadas ao setor tecnológico e financeiro. Foram listadas 45 companhias, entre russas e de países terceiros, acusadas de fornecer apoio ao complexo militar-industrial de Moscou, especialmente na produção de drones. Pela primeira vez, sanções europeias passam a atingir também plataformas de criptoativos.

    A Comissão Europeia argumenta que as medidas estão surtindo efeito. “Em três anos, as receitas russas com petróleo na Europa caíram 90%. A inflação segue alta, a taxa de juros está em 17% e a economia de guerra de Putin mostra sinais de esgotamento”, declarou Von der Leyen.

    Bruxelas também anunciou que trabalha em um novo mecanismo de financiamento à defesa ucraniana a partir de ativos russos congelados. A ideia é criar um “empréstimo de reparações” que só será quitado por Kiev quando Moscou pagar indenizações pela guerra.

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    China sob ameaça

    As novas sanções chegam em paralelo à pressão dos Estados Unidos.

    Nesta semana, o presidente Donald Trump pediu que aliados suspendessem imediatamente a compra de petróleo russo e aplicassem tarifas sobre a China, o que ele classificou como condição para futuras sanções americanas a Moscou. Após conversar com Trump, Von der Leyen sinalizou que a UE pretende acelerar a eliminação gradual dos combustíveis fósseis russos, prevista para ser concluída até 2027.

    Apesar da redução da dependência, a Rússia ainda representava cerca de 19% das importações de gás do bloco em 2024, número bem abaixo dos 45% registrados antes da invasão em grande escala da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

    Von der Leyen apelou para que os Estados-membros aprovem rapidamente as medidas. “A Europa tem usado todas as ferramentas para pressionar a Rússia e continuará assim até que Putin deixe o campo de batalha e venha à mesa de negociações para uma paz justa e duradoura”, concluiu.

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