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    Ex-delegado morto: assassinos furtaram carros de engenheiro e médica

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    Os dois carros usados pelos assassinos do ex delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros no fim da tarde de segunda-feira (15/9), foram furtados de um engenheiro agrônomo e de uma médica, em um intervalo de quatro meses.

    O caso mais recente foi o furto de uma Toyota SW4 Hilux, em 29 de julho, pertencente a um engenheiro agrônomo, de 65 anos, no bairro de Pinheiros, zona oeste da capital paulista.

    Foi com esse veículo que os criminosos perseguiram o delegado aposentado, por cerca de 2,5 quilômetros, até a vítima capotar o Fiat Argo que dirigia, na Avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas. Os assassinos, então, fuzilaram o policial aposentado e fugiram com a Hilux, que foi incendiada logo em seguida.

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    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

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    O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

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    O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Valentina Moreira/Metrópoles

    O carro do engenheiro foi levado por volta das 21h30, conforme registrado por câmeras de monitoramento. As imagens foram enviadas ao 14º Distrito Policial (Pinheiros) na ocasião.

    O material pode ajudar o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) a eventualmente relacionar os autores do furto com o grupo que executou o ex-delegado-geral.

    Médica furtada durante expediente

    Após incendiarem a Hilux, os criminosos embarcaram em um Jeep Renegade, que foi abandonado com o motor ligado e, ao lado do qual, foram encontrados carregadores de fuzil e pistola. O veículo pertence a uma médica, de 41 anos, que o estacionou por volta das 9h do dia 25 de março no bairro Cidade Dutra, na zona sul de São Paulo.

    Enquanto ela trabalhava na Maternidade Interlagos, o carro foi levado por ladrões. Ela só notou o furto por volta das 19h30, quando encerrou o expediente.

    Cientes da rotina da vítima

    Os assassinos do ex delegado-geral Ruy Ferraz Fontes conheciam a rotina da vítima. Isso fica demonstrado em um vídeo de uma câmera de monitoramento, instalada na Rua Arnaldo Vitulli, na qual os criminosos chegam com a Hilux preta, às 18h02. O veículo fica estacionado, com as luzes apagadas, até as 18h16, momento em que o Fiat Argo de Ruy Ferraz desponta no início da via.

    Os faróis do carro dos criminosos são então ligados e, no instante em que o veículo do ex delegado-geral os ultrapassa, os ocupantes da Hilux passam a atirar ininterruptamente.

    Outra câmera, instalada na mesma rua de outro ângulo, mostra que o vidro do lado do motorista, onde Ruy estava, é estilhaçado por um dos dezenas de disparos, no momento em que a vítima faz a curva na Rua 1º de Janeiro.

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    Nesse instante, iniciou-se uma perseguição, que percorreria cerca de 2,5 quilômetros, até a Avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, na qual o carro de Ruy Ferraz colidiu contra dois ônibus e capotou.

    Os criminosos, durante o encalço ao ex-delegado-geral, atiraram constantemente contra ele, atingindo acidentalmente um casal, que estava em frente à casa de familiares.

    As duas vítimas, feridas sem gravidade, foram encaminhadas ao Hospital Irmão Dulce. Ambos foram submetidos a exames residuográficos, como consta em documento policial obtido pela reportagem.

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    Executado diante de dezenas de testemunhas

    Com o Argo tombado, três atiradores desembarcaram da Hilux e executaram Ruy Ferraz, diante de dezenas de testemunhas. Em nenhum instante o delegado aposentado conseguiu usar sua pistola Glock 9 milímetros, que permaneceu dentro de uma bolsa. Ele morreu no local.

    Após o crime, os assassinos embarcaram na Hilux, que saiu do local em alta velocidade. Todos usavam coletes balísticos, encobriam os rostos com capuzes, portavam armas longas e agiram de forma tática e organizada. O carro foi localizado, em chamas, abandonado na Avenida Casemiro Domcev, a quase dois quilômetros de distância do local da execução. Dentro dele, uma arma teria sido abandonada.

    Registros da Polícia Civil indicam que os assassinos então teriam usado o Jeep Renegade, furtado da médica, para seguir fugindo. O carro foi localizado, com o motor ainda ligado, na Rua Gilberto Lopes, a 800 metros de distância onde a Hilux foi incendiada.

    O documento policial destaca que, após abandonar o Renegade, os criminosos seguiram a fuga a pé, por uma passarela. Perto do veículo, foi localizado um carregador de fuzil, outro de pistola, além de cápsulas deflagradas.

    Dois suspeitos já foi identificados, segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. Até a publicação desta reportagem, ninguém havia sido preso.

    Jurado de morte por Marcola

    Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, atuou por 40 anos na Polícia Civil e era especialista em Primeiro Comando da Capital (PCC). Durante a vida profissional, ficou conhecido pelo enfrentamento à facção, que o considerava como um dos seus maiores inimigos.

    Ele foi jurado de morte por Marco William Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo da facção, em 2019, após o criminoso ser transferido para o sistema penitenciário federal.

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    Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo

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    Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo

    Divulgação/Polícia Civil

    “Um dos melhores Delegados-Gerais que conheci, Ruy foi executado covardemente hoje por criminosos, após uma trajetória marcada pelo combate firme e incessante ao PCC, impondo enormes prejuízos ao crime organizado”, destacou Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, diretora da Academia dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol do Brasil).

    Ruy Ferraz assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande em janeiro de 2023, permanecendo na gestão que se iniciou em 2025, até ser morto nessa segunda-feira.

    O corpo do ex-delegado-geral foi velado nesta terça-feira (16/9) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O sepultamento ocorreu durante a tarde, no Cemitério da Paz, no Morumbi, na zona sul da capital paulista.