MAIS

    Execução de ex-delegado teve mais de 60 tiros de fuzil e pistola

    Por

    Os executores do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, realizaram mais de 60 disparos usando dois tipos de fuzis e uma pistola. Ruy Ferraz foi morto a tiros no dia 15 de setembro.

    À época do ocorrido, o atual delegado-geral, Artur Dian, afirmou que os suspeitos deram pelo menos 20 disparos. No entanto, o boletim de ocorrência aponta que foram encontrados na cena do crime:

    • 17 cartuchos de fuzil calibre 7,62;
    • 31 cartuchos de fuzil 556;
    • 15 cartuchos de pistola calibre 9 milímetros.

    Além disso, foram vistos seis cartuchos de uma arma não identificada pelo fatos dos projéteis estarem danificados por ação do fogo.

    Presos e investigação

    Até o momento, quatro suspeitos foram presos por envolvimento no assassinato do ex-delegado: William Silva Marques, dono da casa usada como QG do crime; Rafael Marcell Dias Simões, que se entregou no sábado (20/9); Dahesly Oliveira Pires, acusada de ser a mulher que foi buscar o fuzil no litoral paulista; e Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como Fofão, que teria dado carona para um dos criminosos fugir da cena do crime.

    Outros quatro estão foragidos e são procurados. Três deles são: Felipe Avelino da Silva, conhecido como Mascherano, e Flávio Henrique Ferreira de Souza, que tiveram material genético encontrado em um dos carros usados no crime; e Luis Antônio Rodrigues de Miranda, que é procurado por ter pedido para uma mulher ir buscar um dos fuzis utilizados na execução. A identidade do quarto procurado ainda não foi revelada pelas autoridades.

    Leia também

    Uma segunda casa usada pelos criminosos envolvidos na execução do ex-delegado foi localizada em Mongaguá, no litoral de São Paulo. O imóvel foi alugado por Flávio Henrique Ferreira de Souza.

    A casa passou por perícia nessa terça-feira (23/9) por uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). No local, foram coletadas diversas impressões digitais, incluindo a de Flávio.

    O que se sabe sobre a execução

    A polícia usa imagens de câmeras de segurança para entender a dinâmica do crime que vitimou o ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, no dia 15 de setembro, em Praia Grande, no litoral paulista.

    Vídeos obtidos pelo Metrópoles mostram o momento em que os criminosos deram início à emboscada. Eles estacionaram um carro em uma rua próxima da Prefeitura de Praia Grande, onde a vítima trabalhava como titular da Secretaria de Administração, às 18h02.

    Após 14 minutos, o veículo de Ruy Fontes aparece na gravação, passa ao lado dos criminosos e é alvo de tiros. Ruy tenta fugir, mas é perseguido, bate o carro em um ônibus após cerca de 2,5 quilômetros e é executado.

    Linhas de investigação

    Autoridades não descartam a participação de agentes públicos na execução de Ferraz. Além de ter sido inimigo número 1 do PCC quando atuava como delegado, Ruy Ferraz tinha inimizades dentro da polícia e trabalhava como secretário de Administração em Praia Grande, onde pode ter contrariado interesses locais. Oficialmente, nenhuma hipótese é descartada pela cúpula da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

    Internamente na Polícia Civil, a ação tem sido comparada à execução do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, inimigo do PCC morto com 10 tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

    Entre as linhas de investigação sobre o mando do crime, a força-tarefa acredita em uma possível vingança do PCC. Ruy Ferraz foi o primeiro delegado a investigar a facção no estado, no começo dos anos 2000, e atuou na transferência de algumas das principais lideranças para presídios federais de segurança máxima, como Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

    27 imagensA execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesA execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesA execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesA execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesA execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz FontesFechar modal.1 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança2 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança3 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança4 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança5 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança6 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança7 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança8 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança9 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança10 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança11 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança12 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança13 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Redes sociais14 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Redes sociais15 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Redes sociais16 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Redes sociais17 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Redes sociais18 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança19 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança20 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança21 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança22 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Câmera de segurança23 de 27

    A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Reprodução/Redes sociais24 de 27

    O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Valentina Moreira/Metrópoles25 de 27

    O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Valentina Moreira/Metrópoles26 de 27

    O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Valentina Moreira/Metrópoles27 de 27

    O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes

    Valentina Moreira/Metrópoles

    Quem era Ruy Ferraz

    • Ruy Ferraz Fontes atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil de São Paulo e era especialista na facção criminosa PCC.
    • Iniciou a carreira como delegado de polícia titular da Delegacia de Polícia do Município de Taguaí, do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter) 7.
    • Durante a vida profissional, foi delegado de Polícia Assistente da Equipe da Divisão de Homicídios do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
    • Também atuou como delegado de Polícia Titular da 1ª Delegacia de Polícia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
    • Além disso, Ferraz foi delegado de Polícia Titular da 5ª Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Furtos e Roubos a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e comandou outras delegacias e divisões na Capital.
    • O então secretário de Administração de Praia Grande também esteve à frente da Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo e foi diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DECAP).
    • Ele ainda foi professor assistente de Criminologia e Direito Processual Penal da Universidade Anhanguera e atou como professor de Investigação Policial pela Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo (Acadepol).
    • Ruy assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande em janeiro de 2023, permanecendo na gestão até ser morto.
    • O policial também foi o primeiro delegado a investigar a atuação do PCC no estado, enquanto chefiava a Delegacia de Roubo a Bancos do Deic, no início dos anos 2000.
    • Ele foi jurado de morte por Marcola, em 2019, após o criminoso ser transferido para o sistema penitenciário federal.
    • Marcola nega envolvimento na morte de Ruy Ferraz Fontes.