O apresentador Galvão Bueno, que deixou a TV Globo em 2022 após mais de 40 anos de trabalho, abriu o coração em entrevista e detalhou alguns momentos tensos vividos na antiga empresa. Além de falar bastidores de seu desligamento do canal, ele alfinetou e ressaltou que é possível encontrar bons programas fora da emissora carioca.
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“Tivemos nossas rusgas”
Galvão Bueno conversou com o jornal Folha de S.Paulo e falou sobre sua vida fora da Globo. Depois de passagens pelo YouTube, hoje o narrador esportivo comanda o programa Galvão e Amigos, exibido pela Band.
“Quando eu saí [da Globo] em 1992, o Jô Soares, meu querido amigo, um dos homens mais cultos que eu já conheci na vida, ele tinha saído da Globo. Ele tinha ido pro SBT [fazer o programa Jô Soares Onze e Meia]. E ele usou uma frase. Disseram: ‘Porque você tá aí?’. Ele respondeu: ‘Porque também existe vida inteligente fora da Globo’”, lembrou.
Galvão Bueno disse que, ainda hoje, concorda com a frase. “Eu continuo pensando a mesma coisa. A Globo é uma casa espetacular. A Globo me deu tudo, tudo em que eu podia me formar como profissional. Houve uma parceria de mais de 40 anos. Ela acreditou em mim, eu acreditando na Globo. Tivemos nossas rusgas pelo caminho, lógico, mas foram anos muito bacanas. Mas existe vida inteligente fora da Globo”, sacramentou.
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O apresentador Galvão Bueno
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Galvão Bueno e Mariana Becker fizeram a pré-corrida na Band
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Galvão Bueno posa em Mônaco, na França
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Galvão Bueno
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Galvão Bueno
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Desaforo
O apresentador também detalhou sua saída da emissora, onde atuou por 43 anos. “O projeto todo era pra acabar no dia 31 de dezembro de 2022, dias após a minha 13ª Copa do Mundo (…) Era pra terminar por ali, talvez fazer alguma coisa. Eu tava começando a entender que o mundo da comunicação não era só mais televisão”, disse Galvão Bueno.
O apresentador, porém, disse que recebeu um pedido para que não saísse da emissora. “Quando chegou na véspera, o Amauri Soares [diretor executivo da Globo] me pediu pra fazer umas gravações, dizendo que eu não estava indo embora. Eu falei: ‘Mas acabou’. Houve uma conversa sobre o que fazer nos próximos dois anos”.
Galvão, então, falou de um contrato de “no compete” (sem competição), em que ele não poderia narrar jogos de futebol na televisão aberta. “Eu estava proibido apenas de fazer transmissões na TV aberta, e quando foi chegando ao final dos dois anos desse ‘no compete’, gentilmente me fizeram a pergunta se eu gostaria de apresentar um projeto para continuar na emissora”, lembrou.
O narrador esportivo, no entanto, não gostou nada da atitude do canal. “Eu achei isso um pouco de desaforo. Um pouco de falta de elegância. Eu ter que apresentar um projeto depois de 43 anos de sucesso? ‘Você tem algum projeto?’ [perguntaram]. Eu tenho: ir embora”, ironizou Galvão Bueno.