Portal Estado do Acre Notícias

Fofo, mas quase extinto: veja as principais características do axolote

fofo,-mas-quase-extinto:-veja-as-principais-caracteristicas-do-axolote

Fofo, mas quase extinto: veja as principais características do axolote

Conhecido por ser um dos animais mais fascinantes do mundo animal, o axolote (Ambystoma mexicanum) é uma salamandra originária do México. Apesar da aparência fofa, o anfíbio é apelidado de monstro da água devido às suas características peculiares, sendo capaz até de regenerar várias partes do corpo.

Leia também

Mesmo sendo classificado como anfíbio, o axolote tem diferenças estruturais importantes quando comparado aos seus pares. Enquanto rãs e sapos passam por metamorfoses completas até atingir a vida adulta, o monstro da água permanece com características juvenis por toda a vida, preservando suas brânquias externas e a nadadeira dorsal.

Animais que apresentam esse comportamento são classificados como espécies pedomórficas. Além do axolote, outros tipos de salamandras também conservam os atributos do início da vida.

“A manutenção das brânquias externas e da nadadeira dorsal, que se estende por 80% do corpo, são mecanismos de respiração e deslocamento subaquáticos”, explica o oceanógrafo Ricardo Cardoso, gestor do departamento técnico do Aquário de São Paulo.

Outras características ajudam o anfíbio a sobreviver exclusivamente na água, como o corpo alongado e cauda achatada, que são adaptados para a vida aquática. “Os axolotes apresentam pele geralmente clara ou rosada (cor vista nos criados em cativeiro), mas na natureza pode ser mais escura”, diz a professora de ciências Maria Inês Feitosa, do Colégio Católica Brasília.

Capacidade de regeneração do axolote

Um dos atributos mais importantes dos axolotes é a capacidade de regeneração. Mesmo após lesões, o animal é capaz de “refazer” diversas partes do corpo, incluindo mandíbulas, pulmões, ovários, pele, cauda e membros, além de estruturas complexas, como cérebro, medula espinhal e coração.

“Essa capacidade elevada de regeneração de tecidos diversos é regulada por múltiplas vias de ação, fatores de controle e genes de sinalização, que permitem que esse intrincado processo de reparação e crescimento estrutural se estabeleça de forma efetiva em qualquer parte do corpo”, afirma Cardoso.

O poder regenerativo do axolote chama bastante atenção da comunidade científica, que busca entender se algum processo semelhante pode ser aplicado na medicina humana futuramente.

Risco de extinção

A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) classifica o axolote como “criticamente ameaçado de extinção” devido à poluição e à expansão urbana, que vem destruindo seus habitats naturais. A introdução de espécies invasoras também prejudica a criação de ovos e a sobrevivência de filhotes. Estima-se que menos de mil indivíduos vivem em ambiente selvagem.

O axolote pode regenerar seu cérebro e coração

Apesar disso, a aparência curiosa desperta grande interesse do público e motivou vários aquários pelo mundo a criá-lo. No Brasil, o Aquário de São Paulo e o Zoológico de Brasília contam com exemplares de axolotes.

“Em boas condições, eles podem viver de 10 a 15 anos, mas precisam de água fria, limpa e de cuidados especiais”, alerta a professora de biologia Aurisuzy Dourado Guedes.

Medidas para salvar o animal

Segundo Cardoso, atualmente, o axolote desponta como uma espécie bandeira dos programas de educação para conservação de zoológicos e aquários do mundo todo. Sua aparência carismática cativa o público e atrai visitantes.

Para preservar a espécie e evitar que ela suma da natureza, o oceanógrafo defende o desenvolvimento de programas de reprodução assistida realizada sob cuidados humanos como uma alternativa viável que poderá trazer resultados a um curto prazo.

Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!

Sair da versão mobile