A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, demonstrou irritação após o União Brasil associar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a acusação contra o líder partidário, Antonio Rueda, de possível ligação com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Repudio as acusações infundadas e levianas feitas em nota divulgada hoje pela direção do partido União Brasil. A direção do partido tem todo direito de decidir a saída de seus membros que exercem posições no governo federal. Aliás, não é a primeira vez que fazem isso. O que não pode é atribuir falsamente ao governo a responsabilidade por publicações que associam dirigente do partido a investigações sobre crimes. Isso não é verdade”, escreveu a petista em uma publicação na rede X, nesta quinta-feira (18/9).
Leia também
-
Planalto aposta em permanência de Sabino mesmo com ultimato do União
-
União Brasil dá 24h para filiados deixarem o governo Lula
-
Rueda, presidente do União Brasil, vira alvo da PF na Carbono Oculto
-
PCC: reunião da Sintonia dos 14 “sentenciou” ex-delegado-geral
O posicionamento da ministra acontece depois de um ultimato do partido para que seus filiados deixem o governo Lula. O União agiu após a coluna de Andreza Matais, no Metrópoles, apontou que o nome do presidente da sigla, Antonio Rueda, teria aparecido nas investigações da Operação Carbono Oculto, que investiga a infiltração do PCC nos setores financeiro e de combustíveis.
Como apurou o Metrópoles, Antonio Rueda seria dono de aeronaves utilizadas em um megaesquema de lavagem de dinheiro ligado à organização criminosa, conforme investigação da Polícia Federal (PF).
Na sequência, o presidente do União Brasil se manifestou negando todas as acusações e acusou adversários políticos de estarem por trás da queixa.
“Estou sendo alvo de ilações irresponsáveis e sem fundamento. Não há qualquer lastro fático. O que há, sim, é um pano de fundo político nestas leviandades que estão sendo orquestradas, usando-se uma operação policial séria, para atacar adversários”, disse Rueda.
A Executiva Nacional do União e membros do partido manifestaram apoio ao dirigente.
“Causa profunda estranheza que inverdades venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados”, alegou o vice-presidente do partido, Antônio Carlos Magalhães Neto.
Diante disso, a Executiva Nacional do União Brasil decidiu antecipar o desembarque do governo Lula, dando 24 horas para que os filiados deixem os cargos no Executivo. Antes, os partidários tinham até o final do mês para sair da gestão petista.
A situação mais delicada neste imbróglio todo é do ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil). De acordo com interlocutores do Palácio do Planalto, a tendência é que Sabino se mantenha no governo, se assim quiser. Não se sabe ainda, porém, quais as alternativas para a permanência dele no cargo. Como mostrou o Metrópoles, uma possibilidade ventilada era que o ministro se licencie do partido. Procurado pela reportagem, Sabino não respondeu.