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    Goste-se disso ou não, Lula deverá se reeleger em 2016. A não ser…

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    Aprendi ao longo de 76 anos que é preciso ter sorte para dar-se razoavelmente bem na vida – estar no lugar certo, na hora certa, e fazer a escolha certa. Mas que sorte depende também de muita ralação, a não ser que você tenha nascido em berço de ouro. Felicidade não depende apenas do ouro que se possa herdar.

    De Lula, quase sempre para rebaixá-lo, seus desafetos dizem que é um homem de sorte. Que as coisas caem em seu colo de graça por obra do destino ou de decisões erradas dos adversários. Esquecem o passado miserável dele até se destacar como líder sindical. Minimizam sua inteligência e o conhecimento que acumula.

    Não discordo que Lula seja um homem de sorte, mas pelas razões expostas acima: ralou muito, soube onde estar na maioria das vezes e na hora certa, e acertou nas suas escolhas. Não sem razão todas as eleições presidenciais desde o fim da ditadura de 64 se deram à sua sombra, inclusive a de 2018 quando estava preso.

    A de 1989, ele perdeu para Fernando Collor (53,03% a 46,97%), o candidato apoiado pelas elites políticas e econômicas do país e pela mídia em peso. Perdeu a de 1994 para Fernando Henrique Cardoso (54,28% a 27,o4%) e também a de 1998 (53,06% a 31,71%). Colheu sua primeira vitória em 2002 contra José Serra (61,27% a 38,73%).

    Reelegeu-se em 2006 ao derrotar Alckmin (60,83% a 39,17%). Elegeu Dilma para sucedê-lo em 2010 (56,05% a 43,95% de Serra), e ajudou-a  a se reeleger em 2014 (51,64% a 48,36% de Aécio Neves). Preso em 2018, não pôde ser candidato. Indicou Fernando Haddad, que acabou derrotado por Bolsonaro (55,13% a 44,87%).

    Solto depois de 580 dias, Lula venceu Bolsonaro em 2022 (50,90% a 49,10%). Foi uma vitória apertadíssima, de fato. Mas nunca um presidente no exercício do cargo deixara de se reeleger. Só para sublinhar o ineditismo de certas coisas: Bolsonaro é o único ex-presidente do Brasil julgado e condenado à prisão.

    Se a Lula não faltar saúde, porque disposição parece ter de sobra, e se não cometer graves erros daqui para frente, ele disputará a Presidência pela sétima vez e na condição de candidato favorito. Favoritíssimo para bater qualquer um dos nomes cogitados, hoje, pela direita, de Tarcísio de Freitas para baixo. Aceito apostas.

     

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