Integrantes do Itamaraty avaliam a possibilidade de que o encontro entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciado pelo próprio mandatário americano, aconteça em um país considerado “neutro”.
Segundo apurou a coluna com fontes do Ministério das Relações Exteriores, a avaliação é que um encontro em território neutro reduziria a exposição de Lula a possíveis “imprevisibilidades” de Trump.
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Lara Abreu / Arte Metrópoles
Entretanto, ainda existe ainda a possibilidade de que a conversa entre os dois presidentes não seja presencial, mas sim por telefone ou videoconferência, e que apenas depois disso seja marcada um encontro presencial.
A reunião foi anunciada por Trump em seu discurso na Assembleia Geral da ONU na terça-feira (23/9). O presidente americano disse falou brevemente com o presidente Lula no evento.
Segundo Trump, eles se abraçaram e confirmaram que irão conversar “na semana que vem” para discutir as tarifas impostas ao Brasil. Em aceno, e em meio a risadas, Trump disse que gosta de Lula e que “só faz negócios com gente de quem ele gosta”.
Governo avalia bom cenário mas prega cautela
Como a coluna mostrou, apesar de avaliarem como positivo o saldo do discurso do presidente dos Estados Unidos na ONU, integrantes Planalto defendem que Lula adote “cautela” na conversa com o americano.
Fontes ouvidas pela coluna comemoram o aceno de Trump e reconhecem que houve um “distensionamento”, mas ressaltam que o republicano é “imprevisível” e que o petista deverá ser “estratégico” na conversa.
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Em entrevista à coluna o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse a conversa entre os dois presidentes pode, ainda, incluir o tema das sanções impostas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Então, eu acho que a conversa deve acontecer. Eu espero que aconteça. Na minha opinião, a pauta é livre. Óbvio que vai se falar do tarifaço. É óbvio que vai se falar, na minha opinião, daquilo que foi a sanção feita pelo presidente americano contra pessoas da institucionalidade brasileira, na tentativa de proteger, sei lá, ou alavancar o ex-presidente da República e seu filho, que virou um detrator da nação e fica lá falando mal da gente”, disse o líder do governo no Senado à coluna.